sexta-feira, 22 de outubro de 2010

P E T

casa de PET - portaldoprofessor.mec.gov.br        


Houve uma época em que a gente comprava os saborosos refrigerantes nas garrafas de vidro, de sabor inconfundível. Ainda não havia tanta descoberta no mundo. Era gostoso mas nem um pouco nutritivo, como é até hoje. O que mudou foram as embalagens. Para comparamos um refrigerante e levá-lo para casa, tinha-se que ir com o “casco” como eram chamadas as garrafas retornáveis. Quando criaram o refrigerante tamanho família, foi a glória. Uma família grande como a minha, por exemplo, não precisava mais comprar um engradado com 24 garrafas a cada final de semana para que todos pudessem beber à vontade e ficar juntando vasilhame no quintal. As crianças mesmo podiam ir ao bar da esquina e trazer algumas garrafas de 1 litro, desde eu levassem os cascos. Quem não os tinha, pagava uma espécie de taxa de garantia, que chamavam de “vale” e depois buscavam o dinheiro de volta quando estivessem vazias e fossem devolvidas.

A matéria prima muito abundante na natureza daquele tempo, a população crescendo desenfreada e a necessidade de aumentar a produção e reduzir custos dos fabricantes para obterem mais lucros foi a combinação perfeita para inventarem o PET. É um polímero composto de umas substâncias químicas tão estranhas que convencionaram a chamar de plástico, mais popular no conhecimento de todos. Vai que é um recipiente que pode causar mal à saúde ao longo do tempo através de resíduos... já pensou que confusão?  Experimente consultar o conceito de polímero no google (wikipedia) para ver que sinistro que é!

Isso aconteceu recentemente com o amianto que nos matou a sede durante dezenas de anos através das caixas d’água até descobrirem que o produto é cancerígeno. Já haviam inventado o PVC, outro polímero. Mas, deixemos pra lá se ele também vai nos causar algum mal à saúde a longo prazo? Só vamos saber daqui a muitos anos e quando já tiverem a garantia que inventaram outro produto químico de menor custo e de maiores lucros.  Aí, sim vão condenar o PVC, tal qual aconteceu com o amianto e assim sucessivamente. Nós, enquanto seres ávidos pelo consumo estamos aqui pra que, além de cobaias dos lucros alheios, não é mesmo?

E o PET, quem diria? Diminuiu o preço dos refrigerantes e reduziu sua durabilidade, pois se não tomarmos tudo logo, ele se perde rapidamente. Com isso, passamos a tomar muito mais, ficando mais gordos e diabéticos, inclusive as crianças, tão sedentárias atualmente.

Assoreador de rios, lagos e mares, entupidor de esgotos, causador de enchentes, de vilão da ecologia agora virou matéria prima de quase tudo. Faz-se casa de pet, argamassa de pet, chinelo, calça, telha, sofá, embarcação, artesanato, brinquedos... Pelo menos isso!

16 comentários:

Mimirabolante disse...

Legal a postagem Cacá..........é verdade,as mudanças foram péssimas....ao invés de incentivarmos os sucos naturais,optamos por químicas e pela destruição do nosso Planeta !!!Precisamos urgentemente repensarmos as nossas atitudes !!!Um ótimo final de semana para vc !!!!

chica disse...

Muito legal,Zé! E tomara saibam cada vez mais reutilizar as PETS. Linda crônica!abração,chica

Isadora disse...

Cacá, acho que as empresas de bebidas, assim como todas as empresas devem ter em seu DNA a preocupação com o meio ambiente e evoluir, assim como toda a sociedade.
Importante reduzir a quantidade de resíduos. Uma boa solução a encontrada.
Um beijinho

Neno disse...

A vovó cuida bastante e faz até porta pilhas velhas com elas.

Adorei a tua visita.bjs do neno

Tati disse...

E falar em reduzir consumo é quase pecado em tempos de "estimular a economia", não é mesmo?
Fica todo mundo falando em reciclar e fazendo os artesanatos mais esdruxulos com pet, fundo de per, etc de lata... Quase te obrigam a levar para casa aquelas coisas mequetrefe. Se foi feito pelo filho na escola, então... Cadê a coragem de jogar fora? E vai o pet entulhar gaveta. Antes lá do que no lixão ou nos rios e bueiros, não é mesmo?
Adorei seu texto!
Beijos.

Neca disse...

Saudades daqueles tempos em que se tomava grapete (cheia de anelina) em garrafa de vidro. Bjin

Zélia Guardiano disse...

Excelente, Cacá!
Como somos escravos das substâncias químicas, corrosivas de nosso organismo!
Incrível como nos tornamos reféns desta besteirada...
Falta-nos juízo!
Grande abraço, meu querido amigo

Celina disse...

OI CACÁ, MUITO BOA A TUA CRÕNICA , FEZ ME LEMBRAR DAS GARRAFINHAS DE VIDRO EU JA TINHA ESQUECIDO. ABRAÇOS CELINA.

lis disse...

De fato Cacá tem mil utiilidades! essa sigla PET poderia ser de mais fácil significado - Polietileno Tereftalato que coisa hem ? rsrs
Agora com sua explicação ajuda-nos mesmo a chamar somente plástico rsrs
e mesmo sabendo que pode causar efeitos contrários ,que jeito ?
vivem na mesa de todo brasileiro , na minha nao porque me recuso a comprar rs
Obrigada e bom sábado amigo

Toninho disse...

Excelente abordagem sobre as transformações no mundo dos recipientes com belo saudosismo nas entrelinhas,senti a saudade do Grapete.Mas o advento do poliestireno veio mudar os rumos das embalagens e criou-se todo este transtorno no descarte final.O que tambem por inteligencia do homem,vao criando maneiras de uso deste lixo terrivel, como ilustrado e ainda um belo uso nos telhados que facilita o acesso da luz e economia de energia.Mas as reações desta quimica no corpo humano deve ser um terror mesmo.Já o amianto, bem lembramos da briga para se colocar uma caixa desta em altura para servir as casas, hoje estas do plastico facilitam esta parte,inclusive na confecção de piscinas e etc.Mas até chegar ai, milhoes tiveram seus pulmoes endurecidos.Coisas da industria sem se preocupar com sua força de trabalho. Parabens pela boa postagem que ensina e faz refletir.Sempre admirando amigo.Um abraço de muita paz.Dias de luz.

pensandoemfamilia disse...

São tantas as mudanças e o que constatamos é o interesse nos lucros. A saúde do consumidor fica como desculpa para novas entradas no mercado.
Abços

Anônimo disse...

Somos seres paradoxais não é mesmo Cacá? O que é bom para o planeta, não é bom (leia-se cômodo) para nós, e torcemos o nariz. E a recíproca? absolutamente verdadeira. A onda pet trouxe-nos um conflito que se cristaliza dia a dia numa típica relação de amor e ódio. Seguimos consumindo e, vamos ver no que vai dar. Também questiono até que ponto a reciclagem ajuda o planeta. Não sei, não tenho dados concretos para argumentar.

Linda crônica, oportuna e incisiva.

Obrigada por tuas palavras tão gentis a meu respeito lá no blog "O que elas estão lendo". É muita bondade tua. Aquela resenha está ultraresumida. A original está no meu blog e no recanto.
Bjssss

Luciene disse...

Saudades tantas daqueles tempos! Também achei muito legal sua postagem assim como todo seu blog.

Espero que um dia possa conhecer o meu bloguinho.

Abraços.

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