quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ARMAS DE FOGO

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Eu já portei uma arma de fogo. Quando tinha 22 anos, fui a uma praia no litoral paulista e meu irmão emprestou-me o carro dele. Deu-me um revolver, dizendo que lá podia ser perigoso e que era bom levá-lo só por segurança. No primeiro momento fiquei tão atônito com a oferta que quase instintivamente desisti da viagem. Depois, rapidamente foi crescendo dentro de mim um poder imaginário misturado com pavor e tive, acordado, pesadelos atraindo desgraças pro meu lado. Senti uma mistura de poder divino e satânico enquanto a manuseava. Quando a coloquei no carro para seguir meu caminho senti um medão danado. Medo de ter que utiliza-la e não saber depois se o poder que ela havia me conferido seria meu infortúnio para o resto de minha vida ou algo que me fizesse sentir mais cidadão desse mundo. Se usasse em legítima defesa ou se abusasse do meu poder letal só depois é que as coisas iriam se definir na minha mente e no julgamento que ia ser feito de meu ato. O fato é que a posse de uma arma mudou completamente a noção das coisas em minha cabeça.

Eu fiquei me lembrando disso depois que passei a estranhar a Scotland Yard, a famosa polícia inglesa. Desde o assassinato de um brasileiro (Jean Charles) que eu penso nesta força policial invejada pelas populações das grandes cidades do mundo e almejada pelas polícias idem. Eles até pouco tempo atrás não usavam armas de fogo nas ruas. Tinham outros meios de combater a pouca incidência de violências em Londres. O que mudou? A polícia, as pessoas ou a cena urbana? O mundo não está ficando mais violento do que já foi. O que eu consigo enxergar agora, depois de passear pela história é que no passado a violência era mais uma prerrogativa reivindicada por alguns mandatários (reis, estados nacionais, forças milicianas e guetos). Agora me parece que disseminou para fora dessas forças e se instalou dentro do indivíduo sem muito controle. Quando não é de fato, pelo menos em potencial. Com isso aparecem as soluções imediatistas. É muito mais cômodo armar a população e deixar que ela resolva a seu modo os problemas de violência pessoal do que investir numa educação para a paz e a fraternidade (na prática não é assim, bem diferente dos discursos oficiais?). Há também a pouca confiança nas políticas públicas de segurança contribuindo para aumentar o ímpeto da auto e legítima defesas.
 
Por isso eu continuo com muito mais medo de manusear uma arma hoje do que eu tinha lá nos meus aventureiros 22 anos. A forma banal com que a vida tem sido tratada me faz preferir evitar lugares, situações e eventos que me instigariam a reagir a uma ofensa ou afronta do que pegar uma coisa tão pequenina mas tão destruidora

terça-feira, 27 de setembro de 2011

REPUTAÇÃO


Dona Gerda foi personagem de uma crônica do mesmo título do genial Luiz Fernando Veríssimo e que construiu, a muito custo e trabalho, uma reputação quase messiânica. Não se tratava dessas que distribuem panfletos pelas ruas  com nome de “mãe não sei o que” e que cobram para enganar. Dona Gerda era a intuição acrescida da experiência que resultou numa visão larga e sensata do mundo. Chegou ao ponto de ser recomendada pela medicina quando esta desenganava o vivente e alegava não possuir mais recursos para casos muito complicados. O médico costumava dizer: - já fui até onde os conhecimentos permitiam, agora, só mesmo a D. Gerda.

Entre os  milhares de poemas e umas milhões de outras prosas que já devo ter lido falando sobre a busca da felicidade, sem falar na última pesquisa “científica” dos especialistas (tem sempre a última todo dia, já notaram?) achei pouquíssimas que incluem a conquista de uma boa reputação como um item que traga felicidade.

A reputação que traz a respeitabilidade; aquela que não coloca medo de concorrência; a que vem junto com uma fama e é desejada às raias da inveja. O contrário é o que mais se vê sendo valorizado na nossa sociedade. Muita gente quer evidência à custa de uma reputação que não construiu. Por isso há um desencadeamento de estresse elevado, há sempre o medo de o modismo passar e se cair no ostracismo. A reputação por vezes demora anos e anos para ser consolidada. E não podemos esquecer que a nossa convivência social é extremamente divisora entre o bem e o mal, não sendo muito bem aceito um meio termo. Portanto, a pessoa que a conquista precisa pisar macio, abrir os olhos e evitar vacilos, pois num descuido ela pode ir por água abaixo, inexoravelmente.

É muito diferente uma pessoa ser reverenciada e servir de referência. A reverência tem a ver muitas vezes com uma posição subalterna, com idolatria, afagos, gracejos e bajulações. Respeito se conquista com autoridade. Autoridade não se conquista com dinheiro, nem com autoritarismo, sequer com um cargo de nomeação. Um profissional competente e solícito para mim é uma autoridade. Um professor que além de ensinar é exemplo para seus alunos, para os pais e para a comunidade para mim é uma autoridade. Pais que sabem a hora certa de colocar limites nos filhos têm autoridade. São aquelas pessoas que mesmo não procurando, se transformam entre seus pares numa liderança e não usam dela para fins próprios ou de um grupinho. Não é a pessoa da panelinha. A boa reputação, diferentemente do bom mocismo traz alguma felicidade. O fato de ser querido pelo outro, de poder contribuir para a solução de algum imbróglio, seja pessoal, seja profissional, seja naquele dia a dia comezinho, isto traz uma porção bem servida de felicidade. Encaixa-se na almejada auto-estima elevada.

O que mais entristece, no entanto é o maniqueísmo predominante no meio de nós. Se uma sólida reputação abrir a boca em um lapso  de minuto infeliz, aquilo que pode ter levado uma vida inteira para ser construído vai por água abaixo no julgamento coletivo, que é implacável, indócil e por vezes, insensato. Reputação se constrói demoradamente e se destrói à toa.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

LER NÃO CAUSA L.E.R.* - Meire Oliveira

Meire (imagem do blog dela)

Viagem além das páginas

Sou uma pessoa viajada. Desde pequena gosto de viajar. Já fui  a uma Terra do Nunca, País das Maravilhas e um Sítio do Pica Pau Amarelo. Viagens essas que faço em meio a páginas de livros. Algumas viagens são tão excitantes e maravilhosas que fecho o livro só pra guardar a ansiedade dentro de mim e ter a certeza de que não vai acabar logo aquela euforia toda e que no próximo capítulo terei uma surpresa que há de me tirar o fôlego. E sempre há!

Tem dias que acordo com fome de alguns autores e sede de outros. Ontem mesmo tive fome de Caio Fernando Abreu e uma sede de deixar a boca seca de Clarice Lispector. Tive que correr à estante e achar algo deles para saciar-me. Se me senti satisfeita? Sou gulosa e me saborear de tais autores me deixa mais faminta  e sedenta ainda. Fui lendo, lendo e querendo mais. Corri para Martha Medeiros e me esbarrei com Lya Luft e minha fome só aumentou. Também encontrei Mário Quintana e Drummond no meio do caminho.

Quando estou me deliciando de leituras, entro em estado de encantamento. Não me mexo, não pisco e se faço algum movimento acho que é alguma palavra que pulou do livro em meu colo. E não é que elas pulam e me levam longe, bem longe.



Quando me dá fome de ler viajo nas letras.
E essa viagem sempre me traz  mais clareza.





Texto gentilmente cedido pela Meire, a quem agradeço.
* L.E.R. – Lesão Por Esforço Repetitivo



sábado, 24 de setembro de 2011

TERAPIA


“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. (Guimarães Rosa)




De que são feitos os meus momentos de felicidade, uma vez que é impossível ela ser plena e inacabável? Como vou construindo e elevando a minha auto-estima? 

Não há coisa melhor do que um esforço recompensado de fora para dentro. Eu acho que a gente tem uma característica atávica de procurar caminhos mais fáceis pra tudo. É muito legítimo e evolutivo do ponto de vista humano mas há umas coisas que são mais  edificantes quando impomos a nós mesmos um sacrifício em termos da satisfação comemorada ao final. De que adianta eu arranjar quem faça tudo por mim ou pagar por tudo ou conseguir tudo na base da esperteza se depois eu vou me sentir o pior do mundo? Não valorizando as minhas capacidades, com todo dinheiro de que eu dispuser para comprar facilidades vou me sentir um inútil. Vou acabar achando que todos serão sempre melhores do que eu. Então se faço um sacrifício para ver meu esforço dando um resultado (mesmo que ele seja só para mim), já estou pago e muito bem pago.



Hoje em dia, temos personal disso, personal daquilo (nada contra esses profissionais nem contra quem faz uso de seus serviços) mas comigo seria uma sensação de inutilidade. Ouvi numa reportagem que já existe um personal conquista. As pessoas estão indo para as baladas, para o happy hour ou seja lá onde haja uma possibilidade de conquistar um par e ficam o tempo inteiro olhando para as redes sociais nos celulares ou falando neles e sequer tem tempo de ver à sua volta para relacionarem-se com os presentes, daí surgiu o vácuo preenchido por quem promete dar conta de lhe arranjar algum par, sem que se tenha que fazer muito esforço pessoal, além de se portar educadamente e ficar esbanjando uma cara de disponível nos lugares onde vai. Achei um horror, com todo o respeito com quem ganha dinheiro se prestando a esse papel e com quem se dispõe a pagar.



Pois, bem, essa lengalenga toda é pra falar de minha auto recompensa mais recente. Uma coisica de nada, como diz o meu amigo Joaquim. Sendo a cozinha e a literatura minhas terapias diárias, aproveitei uma reunião de família para testar um aprendizado. Fiz o teste na minha casa antes e depois fui apresentar para os meus comensais. Aprendi a desossar um frango inteiro, rechear com algum complemento gostoso e depois assá-lo. Minha nossa, que pequeno sacrifício que valeu a pena para mim! Mesmo se as pessoas não tivessem achado gostoso eu já estaria realizado, foi o resultado de meu investimento em paciência, determinação e, especialmente prazer em fazer algo que gosto. É recompensa  impagável com qualquer outro valor que não seja satisfação interior. Faz bem para a minha alma, me demove da sensação de inutilidade, me transforma em potentado de pequenas potencialidades, me joga para o alto em minha circunstância daqueles momentos de felicidade mais íntimos, incompreensíveis e indestrutíveis.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

OS CHIPS

imagem google

De uns tempos pra cá, depois que a nossa vida fora do sagrado recinto do lar virou um big brother, eu fico contando os lugares aonde vou que não tenha uma câmera me filmando. Tudo em nome da minha segurança. Segundo o poder público é para inibir um pouco o crime e identificar criminosos. O elevador, a padaria, o açougue o supermercado, a loja, o banco, o shopping inteirinho, as ruas movimentadas, tudo filmado e aceito por todos para garantir o ir e vir teoricamente livre das pessoas ou então garantir que seja identificado e preso aquele que cometer uma infração. Ninguém reclama da privacidade invadida, pois o benefício seria para todos. Tem uns lugares que ainda pedem para a gente sorrir. Acho que nem o técnico da Alemanha reclamou quando foi flagrado comendo a própria meleca do nariz na copa do mundo que passou. Não escapamos mais  da vigilância.

A última intenção anunciada (e muito aplaudida) é que os presos em liberdade condicional vão ter que usar um chip no tornozelo para serem monitorados. O dono de uma empresa privada qualquer pode não querer que em sua sala não se filme nada. Ali é um espaço privado, pago por ele. Agora pergunto: e nos gabinetes de vereadores, senadores, deputados, prefeitos, governadores, presidentes e juízes? Lá que é pago com nosso dinheiro, a função deles é pública (não teriam absolutamente nada a esconder durante o seu trabalho, não é mesmo?) E por que não podem ser monitorados? Por que a nossa privacidade (que somos os pagadores da conta) pode ser invadida e a deles não?

Quando vejo uma CPI ou um julgamento de um figurão e eles usam na defesa a invasão de privacidade por terem sido flagrados numa tramóia por uma filmagem me sinto tão pequeno e indefeso que me comparo à meleca.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

QUANDO A BELA VIRA UMA FERA

imagem: mundo moda.wordpress.com

 

 

Mulheres bonitas são discriminadas em entrevistas de emprego*

(clique no título para ler a reportagem)


O culto excessivo à estética carimba desde muito cedo as pessoas com uma beleza extremamente destacada. É para o mundo das celebridades que a sociedade encaminha automaticamente os muitos bonitos. Dificilmente elas se tornam pessoas comuns como nós, os feios, os simpáticos e os arrumadinhos. Em primeiro lugar há o preconceito contra a associação beleza x inteligência e depois há aquela merda (me desculpem) da chamada inveja. Eu dei uma escalonada e categorizei a inveja. Primeiro ela vem da riqueza material, depois da posição social e depois, da estética corporal. Tem ainda outras categorias menos importantes ou menos visíveis (e nem por isso menos maléficas), mas a inveja está muito presente historicamente na sociedade humana.

Geyme Leschner já alertava em seu livro genial que “mulheres bonitas não são para casar”. A trama não faz menção direta aos embaraços que uma beleza provoca no nosso meio, mas é uma verdade que ao mesmo tempo em que a beleza é algo desejado, ansiado e buscado a todo instante, ela também causa bloqueios, confusões e, dependendo do caso, uma sensação de fracasso numa mulher extremamente bonita e que não incline para o lado  de sua quase natural celebrização.

O saudoso Moacyr Scliar falou da feiúra como elemento de empecilho ao sucesso pessoal. No livro A Mulher que Escreveu a Bíblia, ele nos relata que a mulher era tão feia que nos seus anos de juventude o único relacionamento afetivo que ela conseguiu foi com uma pedra de estimação. O fato de ser a única que sabia ler naqueles tempos da narrativa foi que permitiu a ela desposar Salomão mesmo assim, com a missão de reescrever a bíblia e ainda tendo que dividi-lo com cerca de 300 outras esposas e mais de 700 amantes que ele mantinha em seu palácio.

Até o Freud entrou na roda para ajudar encontrar as raízes psíquicas da inveja, com o complexo de Édipo, uma longa história que não dá para tratar aqui.

Agora vejo esta notícia dando conta que as mulheres muito bonitas são descriminadas em determinadas vagas de empregos comuns. A reportagem fala de duas contradições, no meu entendimento: a primeira é que elas chamariam muito a atenção no ambiente de trabalho provocando “distração” nos demais colegas. Ressalta, no entanto, que em 96% desses casos as entrevistas eliminatórias foram conduzidas por mulheres. (Será que os homens teriam preconceito ao contrário quando selecionadores?) E a segunda é a que elas não seriam suficientemente inteligentes, um estereótipo difícil de desgrudar (as louras vítimas das piadinhas infames que o digam).

Difícil mais esse imbróglio do planeta humano. Coisas que todo mundo sabe que existem, quem tem poder de decidir ou de mudar não admite, quem é vítima reclama mas não encontra apoio (como nos casos de discriminações de cor , sexualidade ou limitação física), e continuamos tocando em frente.

Me fez sentir uma pontada abatimento e lembrar de Chico Buarque:

“...a filosofia hoje me auxilia a viver indiferente assim. Nessa prontidão sem fim, vou fingindo que sou rico pra ninguém zombar de mim.”

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

LER NÃO CAUSA L. E. R. * - Tais Luso

imagem blog da Tais Luso
O HÁBITO DE LER
 Por: Tais Luso

Sou de uma geração que curtiu muito os gibis; aprendemos a ler com os gibis, e era com ansiedade que íamos às bancas de revista comprar as novidades do mês. E a troca de gibis entre os amiguinhos era estimulante. Depois, se aprimorava o gosto com vários livros. Mas, estávamos criando o hábito da leitura. A criança precisa de ajuda e de estímulo para essa iniciação. E também na adolescência.

Lembro que na adolescência, tanto eu como minhas colegas de aula, perdemos um pouco desse hábito devido aos livros que a Escola oferecia como padrão: não queríamos os clássicos brasileiros; não queríamos ler por obrigação para fazermos uma resenha. Queríamos a liberdade de escolha, que nos foi negado. Acredito que isso desestimulou um pouco a nós todos. Há que se respeitar o gosto de cada um, e, à Escola, cabe analisar as preferências de seus alunos. O mesmo livro para todos os alunos? Foi um desastre; uns perguntavam aos outros a história - e a resenha estava feita! Ninguém aceitava uma leitura imposta.

Lembro que muitas de nós queríamos ler algo mais moderno, coisas da nossa época, para nosso momento. Lembro que me revoltei com isso e levei pra aula (colégio de freiras)  O Muro, de Sartre. Levei o livro para o recreio e caminhava pra lá e pra cá, meio que provocando... Era uma atitude pra encher o saco das freiras. Mas, em pouco tempo fui parar na sala da Madre Superiora, e meus pais foram chamados à escola:

- Sua filha está muito rebelde, está dando mal exemplo aos colegas!

Foi nesta época que houve um desinteresse da parte de muitos alunos; não tínhamos opção, não tínhamos tempo de ler outras coisas, uma vez que a leitura dos clássicos brasileiros, obrigatórios, tinha prazo para a entrega do trabalho. Para tudo existe uma idade certa, era só ter esperado o amadurecimento dos alunos.  

A escola é a mola mestra; é nela que depositamos esperanças e mudanças. E cabe aos pais ajudar a incutir o hábito nas cabecinhas em formação; manter o elo, dar continuidade, estimular. Não impor! 

Se ficarmos pensando que somos um país em desenvolvimento, que os livros são caros, que o analfabetismo é enorme, que as crianças não são estimuladas à leitura, que as famílias têm outras prioridades, bem... então nada mais a fazer. É deixar como está pra ver como é que fica.

E vai piorar, uma vez que a educação é primordial para o desenvolvimento e a educação de um povo. Quanto mais esclarecimentos,  mais qualificados seremos, mais oportunidades de trabalho, e consequentemente seremos mais felizes, aptos a cuidar mais de nossa saúde e de nossas famílias. 

É lendo que se aprende, que se cresce, que se conquista; que saímos da ignorância para um mundo mais aberto e de mais qualidade. O povo, através de sua cultura, de sua história, de sua economia é que pode fazer uma nação forte.
imagem blog da Tais Luso

Certa vez ganhei um bambolê... Meu pai não gostava daquele negócio e me propôs uma troca: 'vamos numa livraria e você escolhe os livros que quiser, mas largue esta geringonça'.  E aceitei a proposta. Comprei vários livros.

Apesar das
leituras na Escola não terem sido do meu gosto,  retomei o hábito da leitura por várias circunstâncias: tive um ótimo exemplo em casa e uma biblioteca muito boa. A convivência com livros sempre foi muito próxima.

Sei que formar este hábito é difícil, ainda mais com a tecnologia de hoje, onde as redes sociais da Internet dominam muitas cabeças. Por outro lado,  vemos o trabalho de Órgãos do Governo e outros com apoio da iniciativa privada, incentivando as artes, literatura e literatura infantil. 

Um país que incentiva a cultura, que cuida de suas crianças formará adultos mais capazes e mais felizes. 




Texto gentilmente cedido pela Tais Luso a quem agradeço
* L.E.R. - Lesão Por Esforço Repetitivo

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

VIVER NÃO É SÓ ESTAR NO MUNDO

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CALORÃO
A sensação de calor vai aumentando pelo corpo mesmo com os termômetros marcando 25º. Não sei se já arranjaram outra denominação para o que extrapolou a estufa. Se não, o calor que faz a mais nas grandes cidades fica batizado como efeito forno ligado.

A verticalização vai tomando lugar das poucas casas e áreas verdes que ainda restavam e o ser humano vai sendo relegado cada vez mais a espaços confinados. A prioridade absoluta parece mesmo serem as construções de imóveis e a cessão das ruas e áreas livres para os carros. As construtoras colocam olheiros pela cidade observando onde há casas mais antigas ou com placas de vende-se para comprarem a qualquer preço e instalarem seus prédios enormes, verdadeiros escudos artificiais e lá embaixo, onde o calor do sol chega primeiro, para e estaciona, tem dificuldade de se dissipar. 

O albedo é a capacidade de reflexão dos raios solares e nas cidades é baixíssimo, formando verdadeiras ilhas de calor, insuportáveis quase. Para se ter uma ideia, uma mesma temperatura numa grande cidade pode causar uma sensação térmica de até 11º a mais do que numa zona rural, por causa desta dificuldade de dissipação do calor provocada por tanto asfalto, muros e prédios. Juntemos a isso a poluição (aquela do efeito estufa) que também não espalha-se com facilidade e temos uma péssima qualidade de vida. As cidades não podem continuar desconsiderando os seres humanos, despistando o verde com parquinhos e pracinhas de meia dúzia de árvores e gramados. Os negócios estão tomando a nossa dignidade no espaço de convivência humana de forma abusiva.

Enquanto isso, os donos das construtoras e os prefeitos continuam se deslocando de helicóptero, olhando lá de cima (numa suave brisa), o estrago aqui embaixo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

LER NÃO CAUSA L. E. R. * - Fábio Fujita



O torneiro e o poeta
Inspirado por Drummond, metalúrgico quer viver dos seus versos

por Fábio Fujita


Há três anos, quem ousasse falar de poesia a Rodrigo Inácio seria recebido com um olhar atravessado de reprovação. Era melhor que ficasse longe, guardando um perímetro seguro do interlocutor. O jovem metalúrgico tinha uma opinião fechada sobre quem gostava de versos e rimas. “Eu achava que poesia era coisa de viado”, lembrou, sem tergiversar. Tudo mudou quando precisou correr atrás de palavras definitivas para se dirigir a uma moça. Ciente das próprias limitações lexicais, viu-se obrigado a consultar o grande repositório da sabedoria universal e foi ao Google. No campo de busca, Inácio digitou “Frases bonitas”. No primeiro clique, deparou-se com o poema “No meio do caminho”, de Carlos Drummond de Andrade. Os versos que leu na tela não contribuíram para melhorar seu juízo sobre os poetas. “O cara deve ser idiota para escrever um negócio desses”, concluiu, no que foi a sua primeira crítica literária.

Inácio não se deu por derrotado. Por ironia, acabou gostando mesmo foi
de um verso atribuído erroneamente a Drummond na internet – aquele que
diz que “A dor é inevitável, o sofrimento é opcional”. Aquilo, sim, soava bem. Esmerou-se na escolha da fonte e despachou o verso à sua bela, que respondeu dizendo ter achado “interessante”. A reação foi suficientemente animadora para incentivar Inácio a gastar mais Drummond para cima da moça – agora do legítimo, não do falsificado. Num sebo, comprou O Amor Natural para dar-lhe de presente. Não sabia, claro, que aquele era o livro de poemas eróticos do autor, no qual línguas lambem pétalas vermelhas e o poeta suga e é sugado pelo amor. O rapaz se envergonhou de lembrar do caso. “Você é um besta de me mandar um livro daqueles”, foi a resposta que a menina lhe deu.

Para não repetir gafes dessa magnitude, Inácio passou a estudar com
afinco a obra de Drummond. Ficou abismado quando leu “Memória” (“As coisas tangíveis/ Tornam-se insensíveis/ À palma da mão/ Mas as coisas findas/ Muito mais que lindas,/ Essas ficarão”). Era muita frase bonita para um poema só. Inácio ficou de bem com o autor mineiro. Mas continuou encucado com “No meio do caminho”. “Só depois de passar um longo tempo amistoso com Drummond é que fui entender e gostar desse poema”, explicou, em um notável exercício de revisão no qual muitos críticos deveriam se espelhar.

De Drummond para outros autores foi um pulo. Inácio continuou
exigente. “Vinícius de Moraes era muito mulherengo”, não demorou a constatar. Experimentou também um pouco de prosa. Encantou-se com Clarice Lispector. Gostou de A Hora da Estrela e A Paixão Segundo G.H.  “Acho que, no fundo das palavras dela, há um certo tom de feitiçaria”, ponderou. “Ela era bem doida. Tadinha, morreu de câncer.”

Aos 21 anos, Inácio mora em Diadema, na periferia de São Paulo. Para
ir e voltar do serviço, no bairro do Ipiranga, na capital, pega seis conduções diárias, entre ônibus, trólebus e trem. Estudou só até o 3º ano do ensino médio. Como preparador de torno no ramo industrial, ganha dois salários mínimos. Mesmo assim, pagou 200 reais num raro disco de vinil intitulado Antologia Poética, em que Drummond declama seus versos.

Sem receio de melindrar seu ídolo, Inácio disse que queria comprar
também o disco de poemas de Cecília Meirelles. “Mas o dela está a 450”, lamentou, após pesquisar na internet. A triste verdade é que os áureos dias de Drummond já se foram. “Hoje gosto mais da Cecília”, admitiu o torneiro. “Não estou desmerecendo Drummond, mas a Cecília, além de ser linda, muito linda, escreve muito bem”, derreteu-se.
 
Para o jovem metalúrgico, o único problema com sua paixão pela poesia é
não ter com quem conversar. No serviço, há quem ache que Rodrigo nácio é viado. “Mas eu não ligo”, assegura. A única pessoa com quem fala sobre poemas é uma garota que conheceu num ponto de ônibus. Ele puxou assunto quando viu que conhecia o livro que ela lia – Pollyanna. “É sobre uma menina bobinha que acha que tudo no mundo é belo”, explicou.

Com familiaridade crescente com as letras, era natural que Inácio
acabasse tendo vontade de desenvolver sua própria produção poética. Começou a fazer poemas, alguns sobre amores malfadados, outros inspirados pelas coisicas do cotidiano. “Já escrevi um poema porque vi um pássaro voando.” Diz já ter pelo menos uns trinta. Tudo na gaveta. “A crítica é inevitável, mas tenho medo de as pessoas acharem os poemas tristes”, alegou para justificar o ineditismo. Mas o pior mesmo, disse o torneiro, é quando alguém lê e não entende os versos. Poesia não é remédio para precisar de bula.

O poeta Rodrigo Inácio hesitou, mas criou coragem e mostrou alguns de
seus escritos tirados de uma pasta. Um poema chamado “Canção esmorecida” trata da insignificância da existência e da passagem
inexorável do tempo.

“Apenas uma árvore triste que sou
Tão fria e tão silenciosa
Que não sente o tempo passar
Que não sabe se ama ou gosta”,

dizem os primeiros versos. A estrutura se repete nas estrofes seguintes. A última delas é melancólica: 

“Apenas uma simples hera que sou
Que olha o mundo inteiro passar
Que observa cada rosto
Mas que não sabe até quando irá durar.”

O uso de “hera” e outros termos do registro mais erudito é herança
daquele que um dia desdenhara. “É Drummond.” Inácio gostaria de trocar o torno pela pena. Chegou a pedir a uma amiga, que é professora, aulas particulares de metrificação. Como pagamento, está disposto a oferecer o próprio disco do Drummond, o seu maior tesouro.

Daqui a um ou dois anos, pretende largar a metalurgia e começar a
trabalhar com tecnologia da informação, uma carreira que paga bem e lhe permitirá conciliar a sonhada faculdade de letras. Para isso, será inevitável estudar ciências exatas para o vestibular. Inácio não vê essa perspectiva com serenidade. “O cara que descobriu a matemática, mano, tem que morrer de madeirada”, queixou-se. Vai ser uma pedra no seu caminho.







Fonte: retirado da revista Piauí. (clique aqui)
* L.E.R. Lesão Por Esforço Repetitivo

domingo, 11 de setembro de 2011

PERGUNTAS ?????

Pensamento não é só feito de imagens. Mas a palavra não é também uma imagem? Palavras e pensamentos povoam minhas imagens. Ou melhor, palavras e imagens povoam meus pensamentos. Aí, enquanto não faço nada, o pensamento faz por mim. Isso é que eu chamo de ócio caridoso. Me deu matéria prima pra alguma coisa. Essa coisa pode ser xingamento de quem lê. Mesmo assim vou me sentir bem, afinal se você não tinha o que fazer não foi bom dividir esse nada comigo? A minha filha Clara achou isso e em vez de me xingar acabou contribuindo (as duas últimas perguntas são de autoria dela). Contribua também com algo inusitado, completamente fora de propósito, lógica, sentido ou razão de ser. E vamos construindo juntos a enciclopédia dos contra.
imagem google


Onde as baratas ficam no tempo de frio?

Qual o feminino de indivíduo?

Qual é o feminino de cônjuge?

Se temos o oriente médio e o oriente próximo, onde foram parar os orientes longe,  perto, mínimo e máximo?

Por que ao descascar abacaxi nossa boca enche de água?

Por que o ponteiro da bússola só fica apontado para o Norte se o núcleo da terra que possui propriedades magnéticas fica no centro?

Por acaso joio é antônimo ou feminino de jóia?

Qual a intenção comercial de quem coloca Esperança em nomes de cemitérios?(Parque, bosque, jardim, mundo da esperança, etc.)

Num congestionamento de trânsito, a impaciência faz alguém buzinar. Aí, mais um, mais outro, mais outro. Quase todo mundo começa a buzinar. Pra quê e pra quem, se o que está congestionando o trânsito não se move com buzina?

Por que se escreve separado tudo junto, e tudo junto se escreve separado?

Qual o masculino de palavra? 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NA BIENAL DO RIO

Clique na imagem para ampliá-la e ler o belo poema de Pessoa
Saí do lançamento do livro aqui em BH e fui lá na Bienal do Rio. Uma belezura! Espaço de negócios, entretenimento e também lugar de curtir literatura em prosa e versos. O ponto alto, no entanto é conhecer pessoas, fazer contatos com escritores e editoras. E não deixar de comprar livros. Desta vez havia também a possibilidade de se ganhar muitos. Ouvir Antônio Grassi lendo Guimarães Rosa ou Elba Ramalho declamando João Cabral de Melo Neto é inesquecível. Uma pena que não podia fotografar, pois isso acontece em recintos fechados. 

No entanto, onde pude fotografar não perdi um lance para ser guardado
Tathy (blog Eu Sou Assim)
Logo no primeiro dia que cheguei uma surpresa das mais agradáveis. Andando por ali, reconheci uma blogueira com quem  sempre troco mimos literários. É a Tathy, do blog Eu Sou Assim. Uma pessoa agradabilíssima, tal como é na virtualidade.
Elaine Aguiar
 Elaine é do Recanto das Letras e do blog diarios doces. É autora do livro de poesias Inverno Azul, no qual eu tenho uma pequena partcipação com um dueto. Nos tornamos amigos de verdade. Uma pessoa adorável. Foi através dela que conheci mais gente muito boa lá do Recanto das Letras neste encontro ai embaixo, onde foi lançado o livro Poetas Contemporâneos do Brasil, volume II, do Portal do Poeta Brasileiro.
Vana Fraga, Elaine Aguiar, Ana Lago de Luz, Betina Marcondes e Adriana
Entre mineiros
Leda Nagle
Pude receber o autógrafo da jornalista e escritora Leda Nagle no livro De Minas para o Mundo, onde ela reúne entrevistas que fez na sua carreira televisiva com mineiros de destaque nos últimos anos. Uma maravilha de livro, uma pessoa admirável.
Ferreira Gulllar
Eu conhecia muito mais a poesia do que a prosa de Ferreira Gullar. Agora vou tomar conhecimento de um pouco de suas crônicas. O livro que ele autografa aí na foto para mim é o Crônicas Para Jovens. Foi uma dos autores mais reverenciados lá neste dia em toda a bienal.
Ceiça Esch (de óculos) e minha irmã Beth Adão
 Com a recepção e a hospedagem tão calorosa que a minha irmã me deu lá no Rio, eu posso dizer que até mesmo se tivesse dado tudo errado eu estaria alegre. Que anfitriã mais maravilhosa ela é (obrigado, madrinha!). 
A Ceiça Esch é uma consagrada autora de livros infantis. Já a conhecia do Festival de Inverno em Itabira, minha terra e tive que redobrar o meu prazer em reencontrá-la. Só que ela também escreve poesias para adultos, contos e história muito bem escritas e a cara de nosso cotidiano. Sem contar que é um doce de pessoa. Carisma e afetividade é o que não lhe faltam. O livro que ela autografou para mim é de adultos: Borboletas No Jardim. Imperdível para homens e mulheres.
Jorge Luiz da Silva Alves
O Jorge Luiz é desses que já posso chamar de velho amigo. Um dos mais antigos membros do Recanto das Letras, dono de uma prosa singular, contista do mais alto nível literário e companheiro  no ar, na água e na terra e por quem eu boto a mão no fogo. Um grande cara. Esta foto é o lançamento de seu mais novo livro Sagitário. Pequenas e adoráveis prosas poéticas.
Gilberto Dantas
Um dos melhores livros de crônicas que li ultimamente vem desse amazonense carioca, o meu também grande amigo Gilberto Dantas. Ele escreve no Recanto das Letras e lançou seu primeiro (de vários que acredito e desejo) livro de crônica. E com o fôlego e a verve  literária que possui, podem ter certeza que será um prazer a cada leitura. O livro em questão é o Cinquenta e Uma Crônicas, um espetáculo!
Maria Luiza Martins e o seu filho Gabriel
E, por fim, um dos momentos mais ansiados por mim. A Maria Luíza Martins, desde que soube que eu iria à bienal, não poupou esforços para que nos conhecêssemos pessoalmente, já que estamos em permanente contato tanto no Recanto das letras, como  por telefone. Marcamos um encontro num dia, deu errado por causa de problemas nos nossos celulares, ficamos angustiados, mas no dia seguinte, lá estávamos aos abraços e lágrimas sacramentando o tão esperado conhecimento ou como ela mesmo definiu em uma carta para mim: " é uma delícia deixar de ser virtual", expressando a maravilha de estar junto a quem queremos bem depois de ficar papeando e trocando impressões literárias apenas no computador. E eu concordo em tudo com ela. É uma amiga que me fez ter a sensação de já conhecê-la há muitos anos, de tanta afinidade que temos. Eu gostaria muito de ter ficado mais tempo lá só para poder estar um pouco mais ao lado dessa companhia doce e agradável. Agora vou curtir o  livro que ganhei de sua autoria A Casa Colorida. E ela ainda presenteou cada uma de minha filhas com um exemplar. Obrigado pela acolhida, minha amiga!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

AS FOTOS DO LANÇAMENTO

O que eu não me conformo é com o não fazer ou  o não tentar. Não deu para o álbum em slides, mas não será por isso que vou deixar de mostrar as fotos.rsrs.  Desculpem a minha ignorância cibernética. Antes de partir desta para uma outra, eu vou teimar ainda em aprender mais.
Anderson, Leila, Walter Aressa

Ernesto, Paulo Carvalho

Edina, minha irmã

Carlos Augusto

Edina

Afonso Rêgo (Recanto das Letras_

Celêdian, amiga (Recanto das letras)

Lígia (sobrinha) e Auta Leal, amiga (Recanto das Letras)

Márcio Félix (Recanto das Letras) e esposa

Matos, amigo e Celêdian

Ernesto, amigo

Minha irmã Neném e Maíra, minha filha

Nina, minha irmã

João Paulo, amigo

João Nélson, amigo

A família do meu saudoso irmão (filhos, esposa, sogra e cunhado)

Gunther e Izabela (sobrinhos) e Walter, meu irmão


Amanda, sobrinha

Ernesto e Paulo Carvalho, velhos amigos

Ana, minha esposa

Emerson (gerente da Leitura), Ernesto e Dayrell (amigos)

Celêdian e Dayrell

Auta Leal e Ana

Auta, Neném, Marina(sobrinha), Maíra, Nina, Lígia

Afonso Rêgo e esposa e Roberto Rêgo (de branco)

Nina e Marina (irmã e sobrinha)

Neném, Maíra, Lígia e Edina

Monica Hallak (velha amiga) e Maíra, filha

Márcio Félix e esposa, Roberto Rêgo, Celêdian e Dayrell

Minhas duas filhas Maíra e Clara

Minhas duas filhas Maíra e Clara

Luciana, Ana Elisa e Seu Trindade (amigos)

Leila (cunhada), Celêdian e Ana

Joelma e Matos (amigos)

Clara, Leila e Walter

Clara e Marcelo Adão (sobrinho)

Clara

Celêdian e Dayrell

Auta Leal, Neném, Marina, Maíra, Nina, Lígia

Auta Leal

Aressa e Anderson


Ana, Patrícia e Izabella


Afonso Rêgo

Afonso e Roberto Rêgo e Auta Leal

Mônica e Maíra

João Paulo

Adriana e Aristides (cunhados)

D. Rosinha, Patrícia,Edina, Neném, Izabella

Mônica

A Família de Paulo Adão


João Cláudio (Pacomolina, do Recanto das letras) e esposa




Matos e Joelma

Aressa e Anderson

Izabella, Amanda e Clara

D. Rosinha e Edina

Walter e Aressa
Abaixo uma imagem do Berzé, Cartunista e desenhista (http://Berzehq.blogspot.com) que lá esteve me prestigiando e faltou uma foto nossa juntos. Obrigado,meu amigo
(http://Berzehq.blogspot.com)
Berzé

Afonso Rêgo e esposa




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