quarta-feira, 20 de outubro de 2010

DATAS CRÔNICAS

Resolvi começar algumas de minhas crônicas temporais com Um dia ou Outro dia. Era uma vez fica meio fabuloso.  Esse é o melhor meio termo que encontrei entre transformá-las em uma possível fonte historiográfica sem a menor credibilidade ou em fábulas sem final feliz nem moral da história. Tomei esta decisão depois de constatar que alguns textos bíblicos começam por “Naquele tempo” e isso não prejudicou em nada a notoriedade nem a credibilidade da bíblia. Não que eu esteja querendo estabelecer alguma disputa, longe disso. Mas é que a crônica ficará sempre atualizada. Tática de marketing literário apenas.

E que o meu antigo mestre Vidigal não me leia, pois serei excomungado como herege dos cânones da historiografia. A propedêutica do cônego Vidigal era uma heresia contra a hermenêutica do próprio cônego Vidigal. Afinal ele estava ensinando para futuros historiadores e não para seminaristas, dou esse desconto. Ele foi meu professor da disciplina de Introdução aos Estudos Históricos, a primeira, a matéria-mãe do curso de história de qualquer universidade. A precisão das datas para ele era a mais fidedigna e indiscutível certidão de verdade de um documento. Mesmo sendo um padre que se formou entre a bíblia e outros pergaminhos apócrifos. Então tenho a salvaguarda da teologia. E uma crônica prescinde do rigor de um documento que vai passar para a posteridade a fim de provar algum fato. A maioria, com o tempo acaba se enquadrando na categoria de causos do cotidiano.

Aos teólogos, peço clemência, pois isso aqui é uma crônica sem nenhum fim de blasfêmia. Não há mais fogueiras  mas a danação eterna ainda circula no imaginário da religiosidade coletiva. Já, já, começam a dizer que eu estou duvidando de Deus, da bíblia e outras baboseiras radicais.

16 comentários:

Celina disse...

Oi cacá, bom dia, é gostoso ler as tuas crõnicas logo cedo, vc ja imaginou publicar as mesmas, daria um livro interessante, pense nisto, tenho certeza que estarei entre as suas ledoras, que o admiram. Agradeço as suas palavras amaveis, com certeza Ana Patricia te convidará para o casamento rsrs. Um abraço carinhoso Celina.

Zélia Guardiano disse...

Amigo Cacá
O que mais gosto nos seus deliciosos escritos, é que eles fluem e alçam vôo sem nenhum aparente esforço.
Penso que você escreve com a mesma naturalidade com que respira...
É uma delícia vir aqui: não se perde viagem. Há sempre algo de bom.
Como diria o pescador: cada enxadada, uma minhoca...rs...
Deixando de lado a brincadeira: você é demais!!!
Abraço apertado, querido

pensandoemfamilia disse...

Olá Caca
Boas divagações que resultaram como sempre numabela crônica.
Como já disseram, suas palavras fluem e as mensagens nos chegam.
Abços.

Jaime Guimarães disse...

(Adoro os termos "hermenêutica" e "propedêutica"...me lembram uma velha tia farmacêutica rs)

Olhe, meu caro Cacá, nesse período aqui no Brasil em que o Ahmadinejad seria considerado um "moderado", não duvidaria nada se te acusassem disso ou daquilo rs. Mas seria bom, principalmente para seus leitores! =)

Abs!

Djanira Luz disse...

rs... Algumas vezes inicio meus textos assim "Numa tarde, Certa vez, outro dia" e alguns leitores do RL falaram "mas você já introduz com essa expressão, fica parecendo que falta o início..."rs Se lessem mais a Bíblía viriam que "naquele tempo" eram bem mais atuais e espertos do que nós, pois se valiam de expressões em seus começos!rs Seja do jeito que for, amarei seus textos! Beijoquinhas.rs

Miriam de Sales disse...

"Era uma vez uma leitora q/ quebrava lanças p/ vir aqui;pois,naqueles tempos bicudos,o tempo era somítico.Ourto dia,outra hora,quem sabe? me permitirei um dolce far niente.Já estou descartando alguns penduricalhos q/ travam minha liberdade.Sl guns pensam q/ é "obrigação" do escritor palestrar,comparecer a todas as reuniões,freqüentar solenidades,escrever diariamente,fundar confrarias,dar entrevistas etc
Haja saco! bjks

Yasmine Lemos disse...

Cacá, enfim encontrei seu blog.Vim agradecer suas palavras sobre o meu livro, (D. Zélia me mostrou)Fiquei emocionada e feliz,pois veio de uma pessoa que sabe , entende e tem responsabilidade na escrita.Agradeço imensamente.
Obrigada
um grande abraço

Toninho disse...

Bela/criativa e pedagogica sua cronica. Sempre deixando uma reflexão e critica.Gosto disso. E que nos livre do fogo eterno e das fogueiras,rsrs.Um abraço amigo de paz e luz.

Sheila disse...

É sempre muito bom visitar este espaço,aprendo com as suas crônicas bem escritas e inteligentes, continuarei aprendendo. Abraços.

Maria Emilia Xavier disse...

Oi amigo,
como sempre coberto de razão. Não se preocupe com os "donos" das religiões, nem elas se preocupam. Siga sim os bons exemplos, e a Bíblia é o melhor e maior deles. Além de te ler, vim buscar seu "dever de casa", amanhã você entra no "De olhos Fechados".

lis disse...

Oi Cacá
Ninguém dirá nada porque nao deixa evasivas, vai logo ao ponto rs
começas e terminas bem , sem heresias rs
meuitos abraços Cacá

Tais Luso de Carvalho disse...

Oi, Cacá!
O gostoso da crônica é justamente poder transmitir para o papel algo que contamos com naturalidade. E as coisas do cotidiano não têm fricotes, são contadas de uma maneira despojada. E o começo, se seguir na linha, pouco importa. O ritmo e conteúdo é que prende o leitor. E isso o 'Cacá' faz com maestria. Sem enrolação. É sempre ótimo passar aqui.
Beijos, amigo.
Tais luso

Elayne Aguiar disse...

E SE DUVIDARES QUE MAL HÁ NISSO...SOMOS LIVRES! TALVEZ HOJE EU MESMA SÓ ACREDITE NOS FUNDAMENTOS HISTORICO-BÍBLICOS E EM TODA A TRAJETORIA DE CRISTO. O QUE PASSAR DISSO..BEM, ESSA PARTE A GENTE PULA..KKKK BJOS, QUERIDO. PRAZER EM LER-TE SEMPRE!

CESAR CRUZ disse...

Tudo baboseira, Cacá! O grande lance do escritor é ser mentiroso, como dizia um amigo meu, já falecido (mentira, nunca tive um amigo que disse isso. Nem morto nem vivo. Mentira de escritor)

Enfim, o blog é seu, as crônicas são suas e, além do mais, ninguém se interessa verdadeiramente por nada do que escreves. Não se esqueça, amigo Cacá: estamos sós. To-tal-men-te sós como escritores.

Abço forte
Cesar

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