Tá certo, seu Rubem, “da tristeza é que brota a poesia” *
Onde então, meu mestre, enfio eu a minha alegria
quando, incontida, me invadir o peito?
Numa prosa desvairada, num canto de euforia?
Eu faço uns versos com tristeza, isso eu faço sim
Mas também tem momentos que o que me contagia
É um desafogo, uma mania fora de contexto
não me resta outra saída, enfim
Descarrego então, com júbilo, sem pretexto
de ensinar ou dividir, é apenas sentimento
E vai saindo um ou outro excerto
dos confins de meu pensamento.
Deixo ao sabor do vento,
que sopra dos olhos de quem lê
E concedo a quem acredita e a quem não crê
a prerrogativa do depoimento.
* Rubem Alves , no livro A Pedagogia dos Caracóis.
3 comentários:
Linda escolha, trazer Rubens! Daqui a pouco pegamo o avião pra Poa.Infelizmente as férias acabaram.Agora tenho que recuperar bem o Neno por lá.abração,inté!chica
Isto aí amigo uma linda definição da arte de poetar.Assim um sabado mais leve nas coisas do coração.Parabens pela seleção sempre acertada,com boa pesquisa.Fim de semana de luz.Um abraço.
Um mineiro muito especial, Cacá - Rubem Alves. Gosto muito! encontrei um blog dele (nao oficial) e estou gostando do que leio .
Já foi pastor e cita sempre a Biblia nos seus textos , um detalhe que nao sabia .
Penso que os poetas ( os que tem o dom da poesia) , nao são necessariamente tristes , mas a solidao causa os mais profundos sentimentos e como ele diz aqui bom é "deixar ao sabor do vento"
um ótimo domingo
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