quinta-feira, 2 de junho de 2011

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

imagem google

O Banco Central anunciou mudanças nas regras do uso dos cartões de crédito* a fim de regular o que considera um mau uso por parte de algumas pessoas. Devem ser muitas, senão não seria necessário. Um dos motivos que levo em consideração aqui é a tentativa de evitar o aumento do endividamento das famílias.
Já falei em outra oportunidade que me considero um homem financiado. Nasci devendo, vivo na pendura e espero pelo menos deixar algum saldo positivo para as minhas exéquias. Afinal, quem ficar nada terá a ver com a obrigação de pagar eventuais dívidas que eu fizer por e para mim mesmo. O que a gente aprende de limites que a vida impõe nem sempre leva em consideração o que diz respeito a gastos. Educação financeira quase nunca é assunto tratado entre pais e filhos nem escola. Seja pela total falta do que educar por parte de quem não possui o essencial ou sobras, seja por quem possui em excesso e não se importa com as conseqüências de seus gastos.
Como sempre estamos em busca de equilíbrios variados, o meio termo com o dinheiro é fundamental. Minha mãe era exemplo de parcimônia. Já o meu pai o perdularismo em pessoa. Não pude receber essa parte importante do ensinamento. Sim, a grana era muito curta e não lhes sobrava preocupação nem tempo quanto ao ensinamento aos filhos. A responsabilidade geral que aprendi, no entanto, me fez ter uma relação com o dinheiro que me permitiu não ir aos céus quando tinha fartura nem ir à lona nas épocas de vacas magras. E na medida em que iam aumentando as responsabilidades com a minha própria prole, a busca pelo equilíbrio financeiro foi ainda mais uma constante. Isso, no entanto, se deu de forma por vezes traumática. Outras, eufórica. E sempre, sempre, sempre me fazendo trabalhar feito o cavalo Sansão para não deixar escorregar de minhas mãos o leite das crianças.
A tentação para o gasto nessa sociedade que tem um olho no dispêndio e outro no consumo é infinitas vezes superior ao poder de gastar para quem quer que seja. O mundo pertence ao dinheiro e a ele dedicamos reverências, louvação e submissão. Pelo menos é o que está nas linhas, entrelinhas e cadernos inteiros de todas as matérias que nos ensinam durante a nossa jornada diária. A máxima que vigora disfarçada é: ter ou não ter, eis a precisão.

12 comentários:

lis disse...

É Cacá o descontrole parece não ter fim ,num país onde fala-se tanto em salários baixos com consumo sempre tão
elevado.
Acredito que da mesma maneira que come-se exageradamente por ansiedade gasta-se também pelo mesmo motivo.
E vira doença.
Como cantou Cazuza "meu cartão de crédito é uma navalha"

abraços , boa noite , bom despertar!

Anônimo disse...

É Cacá, você, como sempre, põe o dedo na jugular. É verdade, ninguém se preocupa em ensinar finanças aos pimpolhos. Mas acontece que eles crescem... e então... bem você já sabe. Mas gostei da frase final, sobretudo da "precisão". Rsrsrs. Tenho uma ideia: para essa precisão do ter, para que não venham, em futuro próximo, -pedir- é óbvia a urgência da educação financeira. Okay. Mas enquanto ela não vem, que tal os pais ensinarem seus filhos a fazer um "passeio socrático"? Pelo menos é um começo. Ops, mas será que os pais sabem passear socraticamente? Ou também eles precisam de um help?
Bjsssssss

Maria Emilia Xavier disse...

Muito boa postagem. Eu quando garota tive na escola uma matéria " economia doméstica" onde se aprendia - pelo menos tentavam ensinar - como controlar os gastos domésticos, administrar uma casa e não me lembro mais as outras coisas. Eu tive apenas um ano dessa matéria, ela saiu do currículo. Acho que ela bem poderia voltar, lógico que bem modificada, pois naquela epoca se bem me lembro era uma preparação para as moçoilas se prepararem para o casamento.

Isadora disse...

OI Cacá, educação financeira é uma "obrigação". Sim, infelizmente vivemos em um sociedade que considera o ter acima de tudo, mas o meu maior lamento é que hoje, as coisas não são feitas para durar. O que é um absurdo. Antes comprávasse uma geladeira que durava a vida toda, hoje não passamos pela vida sem ter que trocá-la, e não porque o modelo é ultrapassado, mas sim, porque estraga mesmo, mas vamos vivendo segurando aqui e gastando um pouquinho acolá.
Gostaria de pedir um favor: me encamine o seu e-mail para isadoranardy@gmail.com. Fechei o Tantso Caminhos e o deixarei aberto apenas para alguns amigos. O nome do blog mudou para meustantoscaminhos.blogspot.com e é bem provável que você tenha que linkar novamente.
Um beijo

Mariazita disse...

Olá, Cacá
É uma excelente ideia, essa de "Educação financeira". E olhe que não são só as crianças que precisam dessa educação. Há muitos adultos tanto ou mais necessitados dela.
Não sei se no Brasil aconteceu algo semelhante, mas em Portugal, após a revolução do 25 de Abril de 1974, as pessoas habituaram-se a um nível de vida muito acima do que tinham anteriormente. E aí foi o deslumbramento! E o descalabro!
Hoje há muitas famílias que estão na bancarrota.
É urgente ensinar às crianças (os adultos já o deviam saber...) que é muito mais importante o "ser" do que o "ter".

Um bom resto de semana. Beijinhos

Catia Bosso disse...

Agradeço pelas passadas lá no meu canto... passada de olhos... rsrsrs com todo respeito!

bjs

Catita

Toninho disse...

Quando a gente vê o que se paga para a educação e o que se pode deduzir no IPRF dá uma vontade de rir na cara deste governo.Eles falam com se remediados pudessem viver de outra forma senão esta corda bamba esticada sobre o abismo da furia capitalista.Sabe amigo eles estão apertando o cerco sobre os remediados na realidade.Mas seu questionamento final é tudo.
Um abração de paz e luz.

Yasmine Lemos disse...

Já cancelei meus cartões faz um bom tempo,minha ilusão em ser dondoca ,terminou com uma fatura amarga.Pensei nos jovens de hoje ,com um consumismo sem limites e os pais é que literalmente pagam as contas.
abração Cacá boa noite

Hope* disse...

Aiii o cartão me persegue...
Passei um bom tempo sem ele, mas tive a brilhante ideia de reatar nosso caso amoroso...
Cartão, cheque especial, o famigerado crediário das lojas bahia, tudo ilusão...
Faz a gente crer que querer é poder!
Se fosse realidade, teriamos o dinheiro em mãos, que se bem que que existe aquele vendaval que leva tudo embora em segundos...
É Cacá, eu preciso de money, rsrs!!!!
Acho que saúde financeira era algo para ser ensinado pelos pais, pelas escola, para que na vida, o SPC não fosse tão frequentado.
Bjs!

Lúcia Soares disse...

Eu sou parcimoniosa. Pode ser que seja até "pão-duro" (existe pão-dura?), mas não gasto em vão.
meus pais não tinham sobra, era tudo a conta, 10 filhos, um aperto até a primeira fazer 18 anos e começar a trabalhar. Não sei se aprendi com eles, ou se é meu mesmo.
Marido também é econômico.
Cartão de crédito aqui em casa é usado para ser pago integralmente no mês seguinte.
Nunca pus o meu boné onde não posso alcançar...
Abraços.

Celina disse...

Oi cecá estava com saudades, vc é ótimo, trais temas que nos interessa e nos esclarece.Com vc aprendemos muito, principalmente eu que sempre lidei com os gastos do lar, pois o meu marido era igual a teu pai citado por vc. Até hoje sou eu quem organiza os passeios, ferias etc. E uma lição desta nos ajuda muito. Um abraço Cacá, paz e saúde para todos. Celina.

Josi Passarelli disse...

Oiii Cacá, vim agradecer suas visitinhas. Que bom que vc esta gostando do meu blog.
Sabe que nunca parei para pensar em EDUCAÇÃO FINANCEIRA, não na palavra dita assim, ma procuro ensinar meu filho que dinheiro não cai do céu e não é só passar no banco para pegar. Expliquei que para pegar no banco tem que colocar, srsrr.
Será que isso é educação financeira?
Um grande abraço.
jpmulheresnainformatica.blogspot.com

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