- Presenteavam-me com livros – Quase toda semana eu ganhava um livro novo. Nas datas festivas, além de um brinquedo, eu ganhava um livro.
- Levavam-me às livrarias – Nada mais divertido e que chame mais a atenção de uma criança que a colorida seção de livros infantis. Ainda que ela seja pequena e desorganizada, como costumam ser as de ultimamente, para a criança tudo é grande, vasto e divertido.
- Levavam-me à biblioteca - Nem todo mundo tem dinheiro para comprar livros toda semana. Mas uma biblioteca tem uma quantidade enorme de livros à disposição. De graça. Lembro como ontem o dia em que meu pai me acompanhou quando fiz a minha carteirinha. Emprestei uma edição do Príncipe Valente.
- Associavam esses passeios a coisas divertidas – Uma ida à livraria ou à biblioteca era acompanhada sempre de um sorvete, uma passada na pastelaria ou um passeio no zoológico. Não precisa ser nada muito complicado. A leitura deve estar ligada a atividades prazerosas já que também é uma.
- Não tinham preconceito quanto a gibis - As histórias em quadrinhos são ótimas maneiras de iniciar a criança à leitura. Embora sejam uma forma de arte diferenciada, habituam à palavra escrita.
- Liam histórias para mim – Minha avó também lia histórias para mim. Sempre que o fazia colocava seus óculos. Como eu ainda não sabia ler, um dia roubei os seus óculos imaginando que aquilo me ajudaria a entender aquelas letrinhas todas.
- Contavam histórias para mim – Quem gosta de ouvir histórias, gosta também de lê-las e de contá-las. Eles também me mantinham em contato com as pessoas mais velhas da família que, por natureza, são contadores de histórias. Quando criança, lembro de aos domingos, bem cedo, ir para cama de minha bisavó, onde ela me contava as suas aventuras da juventude.
- Davam livre acesso aos livros adultos – Eles nunca temeram que eu estragasse os livros da biblioteca, os livros “sem figura”. De fato, estraguei alguns, mas a minha transição dos chamados livros infantis para os adultos foi gradual e sem pressões, no meu ritmo. O primeiro que li foi Tubarão, aquele do filme.
- Meu pai me levava ao cinema – O cinema é uma das portas de entrada para a literatura. Foi ao ver Mogli, dos estúdios Disney, que me interessei em ler o Livro da Selva, de Rudyard Kipling.
- Eles liam – Meu pai, sobretudo, lia muito. Para uma criança, o cara mais legal do mundo é o pai. E, quando você é criança, tudo o que você quer é ser como o cara mais legal do mundo. E o mais importante:
- Eles NUNCA me obrigaram a ler – Tudo que é feito por obrigação é um saco. Coisas feitas contra a vontade causam trauma. E, depois de um trauma, mesmo que seja a mais prazerosa das atividades, mais tarde você vai associá-la com sentimentos ruins e se recusar a fazê-la. Para entender melhor, apenas neste item substitua a palavra leitura pela palavra sexo.
Fonte: Alessandro Martins - http://livroseafins.com/
*L E R = Lesão Por Esforço Repetitivo
19 comentários:
Adorei o "trocadilho". Bem interessante e autêntico. As histórias de quem gosta de ler e escrever são parecidas, o que prova que tvz não seja dom nem surge do nada. É algo que foi trabalhado, incentivado e educado. E tudo q nos é apresentado de forma boa e oriunda das nossas referências(pais), com certeza são absorvidas e assimiladas para sempre.Parabéns!
Bons hábitos que podem e devem ser seguidos.Uma linda semana,abraços congelados de tanto frio aqui! chica
Qué bom texto, cheio de verdade.
Eu aprendí que quen teve um livro na suas mãos e no seu coração não fica sozinho na vida...
Gostei muito o que voçê escreveu.
Meus carinhos de sempre.
Querido Cacá,parece que os pais mineiros eram parecidos uns com os outros,né?A minha infância foi exatamente igual à sua,sempre ganhei livros,desde muito pequenininha;minha
avó me contava histórias todas as noites(havia um livro "Histórias da Vovózinha",grosso,com muitas histórias,que me fascinava)e,crescemos,eu e minha irmã
no meio de livros pois tanto minha mãe quanto meu pai e minha avó,liam muito.
Como vê,infâncias parecidas e hábitos também...
Bjsssss,Leninha
Excelente postagem; era o que precisava. Afinal, minha neném já esta ficando grandinha e já esta na hora de começar a mostrá-la o que de bom temos nesse mundão.
Abração.
P.s.: eu ri quando li que pegava os óculos de sua avó para ler...
OI Cacá bom dia paz para todos, vim te visitar retribuindo a tua agradavel visita ao meu cantinho. E muito gostozo ler um bom livro, as vezes leio um menos bom, para ver se melhora, é como filme as vezes começa ruim e depoi se transforma num filme bom. Cacá no momento estou lendo biografias é um jeito culto de saber da vida dos outros, naõ é legal, quando fizer a sua serei a primeira leitora, embora sejas ainda menino, mais tens uma vida bem vivida, pelo que tenho lido, vai dar uma ótima biografia rsrs.
Oi Cacá esquecí de me despedir, na hora da despedida chegou alguem e me distraí, Uma semana bem legal para vc. Um abração meu amigo,Celina.
Uma bela receita e creio que funciona mesmo.É preciso resgatar este prazer nestas viagens maravilhosas da leitura.
Uma boa semana amigo na paz.
Meu abraço mineiro.
Ah Cacá... E eu queria tanto ter tido mais oportunidades, quando era pequenina.
Sabe? Eu amava de paixão olhar do lado de fora as livrarias.
Conhecer o que havia por dentro dos livros.
Eu não li os clássicos, mas queria tanto ter poder ter lido naquela fase que dourada que eu não tive.
O que me encanta mesmo é lojas de sebos de livros.
Se eu pudesse não saia delas.
Adoro ler e não sei de quem herdei esse dom.
Talvez eu tenha tido alguém que amava livros.
Deve estar no sangue rsrsrs..
Amei tuas palavras lá em casa.
Viajei nelas.
Obrigada amigo querido.
Beijinho.
Fernanda
Outro texto inspirador, para L.E.R., reler e guardar. Gostei da cara nova do Uai Mundo. Parabéns, Cacá.
Para mim os livros são capazes de encher a vida de doçura e coragem. Fico satisfeita por saber que Laura, com apenas 2 anos, participa desta paixão e por isso mesmo já sabe valorizar o livro. Desde que aprendeu a falar, ela escolhe um livro dentre as coleções que ela tem e pede que se leia para ela! Abraços!
Excelente texto, Cacá! Destaco o número 5, é liberdade de escolha.
E quando você diz que tudo que é obrigado se torna cansativo, um saco, assino embaixo.
Lembro, quando criança, que meus pais compraram um piano! Queriam que eu aprendesse, assim eles ouviriam quando fossem mais velhos. Mas que saco era aquilo - digo agora.
Lembro que eu ficava inventando músicas da minha cabeça e comecei a odiar a professora. Trocaram várias vezes a professora e nunca descobriram que o problema era eu! Depois troquei o piano por um violão. Desastre maior, eu não podia escutar minha voz.
Eu gostava de ler tudo, mas não de estudar 2 horas de piano todos os dias. Na melhor hora do dia.
Acertaram nos 'livros' e erraram na 'música' rsrs.
Mas hoje penso que valeu a intenção, se isso serve para alguma coisa... O que mais coloco pra ouvir é piano, adoro! Deu pra entender? Pois eu ainda não consegui!
Seu texto está perfeito!
Beijos
Tais Luso
O caminho é este . Maravilha , meu pai lia muito comigo.
abraços e uma semana de luz
Dúbio hein?! kkkkkkkkkk...mesmo assim, essa "receita" é um bom exemplo a ser seguido por muitos pais, para auxiliar na formação leitora de seus filhos...Infelizmente, o corre corre do dia a adia acaba furtando o prazer da leitura da realidade de muitas famílias...Essa sua LINDA trajetória literária é um bom exemplo a ser copiado! bjoxxxxxxxxx no coração!
Ah! estou esperando o poema viu?! bjoxxxxxxxxxx
O livro é um grande amigo. não sei viver sem eles. Belo texto. Parabéns! Um abraço!
Esta é uma receita infalível, Cacá. Boa semana, abrçs.
Cacá essas dicas são valiosas e devem ser seguidas.
Você tem toda razão, nada por obrigação é legal.
Preciso completar meu incentivo a leitura para meus filhos com umas dicas suas.
Valeu!
O layout está massa!!!
Xeros
"Não tinham preconceito quanto a gibis - As histórias em quadrinhos são ótimas maneiras de iniciar a criança à leitura."
Já escrevi sobre isso. Não vejo problema nenhum em admitir que uma de minhas grandes influências "para gostar de ler" ( trocadilho com a série) foi o Tio Patinhas. E o Pato Donald, mais tarde o Homem-Aranha. Quem diria que a escola confiscou um dos gibis que eu levei pra ler durante o intervalo...como gostaria de olhar hoje para minha colega coordenadora pedagógica e relembrar o caso!
Pois se até hoje em algumas escolas ainda há o preconceito com as HQ´s e gibis - felizmente, diminuindo progressivamente e já utilizadas dentro de sala de aula.
Graças ao Tio Patinhas descobri muito antes da escola quem eram os Incas, os egípcios, os persas, a Mesopotâmia...o velho pato atrás de tesouros e o roteirista/desenhista Carl Barks mandando ver nas referências históricas e geográficas - hoje seu discípulo é Don Rosa.
Depois com o Homem-Aranha descobri como a imprensa pode tentar manipular a opinião pública. O herói x a ameaça pública. Mais do que os feitos do aracnídeo eu adorava ver a reação dos editoriais de J.J. Jameson distorcendo os fatos. Sutilezas que não passam despercebidas...
Aí vieram Monteiro Lobato, Orígenes Lessa, Mark Twain e vai embora...rsrs
Abs, Cacá!
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