quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MUDAM OS MOSQUITOS...


O preconceito não acaba. Ele muda de lugar, de forma, de manifestação. Isso é o que podemos constatar ao longo da história. Desenvolve-se uma convivência pacífica com ele (às vezes na marra), em nome de um aparente bem comum e seguimos vivendo como uma civilização em constante evolução. 
Tudo aquilo que não se modifica no interior da cultura de um povo, não vai ser por lei que se modificará. Será amenizado, escamoteado, punido, mas não acabará. Assim eu vejo o interior das pessoas também. Se não modificarem-se interiormente, não vai ser pela pressão social nem pelas aparências que elas vão se transformar. Fica sempre um potencial explosivo de aleivosias e hipocrisias outras. Embora a lei seja necessária para, pelo menos em intenção, igualar direitos e obrigações.

Estou vendo os rumores acerca da recente aprovação da união legal de homossexuais na Argentina, porém do ponto de vista dos filhos que são adotados por esses casais. Já há manifestações em escolas de isolamento de crianças que são filhos adotivos de casais de gays, não só lá, também aqui e alhures.

Lembro-me que havia um tempo em que mulheres que se separavam, por desquite ou divórcio, seus filhos sofriam juntamente com a mãe toda sorte de rejeição. Podiam ser as melhores pessoas do mundo, desde que não rompessem o vínculo familiar aceito pelo consenso da sociedade. Passavam a representar alguma espécie de perigo invisível. A mulher, no caso, mãe, representava  ameaça às famílias por se tornar uma potencial usurpadora de lares, assim, do nada. Os filhos transformavam-se num tipo de aleijão, uns renegados pelos colegas, estes talvez sob a influência dos mesmos pais que discriminavam mães.

Posso citar uma dezenas de casos onde a lei não alterou comportamentos. Refreou impulsos, provocou rebeldias e o desrespeito continuou sendo a demonstração de que o interior das pessoas não mudou, a sociedade não avançou evolutivamente. Apenas há salvaguardas para recompor as grandes perdas morais. Há indenizações, multas e até prisões mais sérias quando o infrator é pobre ou não possui alguma forma de poder.

Veja o tanto de legislações de trânsito que já tivemos nos últimos 50 anos. Radar não resolveu, redutores de velocidade não resolveu, bafômetro não resolveu, mudança do enquadramento penal de quem mata não resolveu... Veja o caso do preconceito racial. O sistema de cotas é uma polêmica que parece não ter fim. Estas resistências todas não será por causa de uma necessidade de mudança cultural anterior? E então a lei viria para ser apenas uma espécie de aviso a quem chegasse posteriormente no grupo social? Dá vontade de dar umas palmadas em alguns legisladores. Eu disse palmadas? Ih, parei!

11 comentários:

chica disse...

rs...muito legal e pertinente, como sempre, tua crônica e te cuida poisas palmadas,nem falar podes...rsr abração,chica e bem que os legisladores merecem...

Mari disse...

Bom dia Cacá...

Pois é meu amigo, até quando o mundo vai resistir em rever-se por dentro..é ai que mora todo o problema!
Se for das palmadas neles, me chama que eu te ajudo!

Beijos

pensandoemfamilia disse...

Cuidado! Não fale em palmadas.....rrs,rs,
O enraizamento cultural é uma realidade e mudanças externas e/ou internas ~depende da vontade pessoal, portanto seguimos aqui fazendo um poouco da noossa parte, abordando essas questões como alertas.
bjs.

Hugo de Oliveira disse...

o preconceito é algo difícil de ser destruído, mas não é impossível. Acredito que a cada dia, se acaba um.


abraços


Hugo

lis disse...

É isso Cacá muita discussão e pouco resultado.
E nem sempre os que se sentem tocados pelos preconceitos reagem sem outro preconceito, entende?
fica aí o cículo vicioso.
sem mudança na educação do povo nada modificará pra melhor.
deixo meus abraços

Isadora disse...

Cacá, maravilhoso post. Muitas leis podem ser criadas, mas se as pessoas não mudarem o olhar e não debaterem sobre o assunto nada adiantará. É uma pena, mas é asssim.
Um beijinho

Celina disse...

OI Cacá boa noite estou fazendo os meus exames de rotina, pouco parei em casa, lí a sua crõnica como sempre muito bõa,o sábado e o domingo fomos até Gravatá sentir o frio da serra. olhe, amigo eu sei que vc é muito ocupado, mais amanhã der uma olhada no seu email assunto um,umo seu livro. abraços celina.

Unknown disse...

Oi Cacá,

Lógico que as histórias tem um pouco de real são coisas que vivi, mas muito tem da cabeça do escritor. As Histórias do Jean e Arthur, fazem parte de um grande rascunho que se transformará em breve, se Deus quiser, no meu novo livro "TANGO", que conta as aventuras de um personagem semi-autobiográfico. Existem algumas diferenças; eu nunca morei em Paris e ele sim, ele tem muito de mim, mas não é eu totalmente. Quando escrevo coloco experiências marcantes de minha vida, mas de forma ficticia, assim realidade e ficção se confudem. Dá prá entender?

Abração grande amigo e continue me visitando adoro seus comentários.

Sandra disse...

Amigo, agradeço a sua visita no blog. fico muito feliz com a sua presença.
Carinhosamente
sandra

Sandra disse...

Amigo, esta é uma grande preocupação. se nossas crianças já tem problemas agora imaginem assim. Não podmos ser reconceituosos. esperamos que relamente tudo de certo.
Carinhosamente,
sandra

Anônimo disse...

A vida é assim mesmo...tantas leis e sem aplicação...sem resultados...nota 100..psra seu texto. Dilma.

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