“Se você não quer que seu nome apareça, não deixe que o fato aconteça.” Esse slogan é de um programa de radio sobre criminalidade. Lembrei-me dele enquanto pensava no que leva a se insistir no erro ou na fraude. O assunto aqui é com relação às empresas que nos burlam um pouquinho a cada dia. Quando estamos cometendo algum erro proposital o que nos estimula na sua manutenção? Não é principalmente o fato de ninguém saber? Ou aquela sensação gostosa da impunidade que gera uma onipotência? Não estou falando da impunidade que já existe garantida de certa forma, tanto pela inépcia judicial como por sua corrupção ou lentidão.
Estive observando os jornais de grande circulação e em quase todos há um espaço para o leitor e consumidor fazer suas queixas. As poucas pessoas que o utilizam, normalmente parecem deixar esse canal por último, depois de já terem tentado reclamar nos próprios serviços de atendimento ao consumidor das empresas (o SAC) e de procurar os procons e outros meios de defesa. Ocorre que a reação das empresas é imediata quando a queixa se torna pública. É uma espécie de flagrante de algo que todo mundo sabe mas cada um tenta resolver a seu modo individualmente. Acho até que estamos usando os canais certos, porém, na hierarquia errada.
Estou pensando seriamente em criar o SACO -. Serviço de Apoio a Consumidores Olvidados. Quando o nome de uma empresa aparece num órgão de imprensa com uma reclamação, o tratamento é muito diferente daquele que é dado, por exemplo, na justiça ou nos procons, onde ninguém fica sabendo o que está acontecendo. A pessoa escreve, conta do eletrodoméstico que comprou defeituoso, da conta errada do celular, da banda larga que está mais estreita, da assistência técnica que está enrolando, do produto que foi pago e não foi entregue e tantas outras queixas empurradas com a barriga nos call centers. Experimente quando for o próximo, ligar ou mandar uma carta ou e-mail para um jornal e me diga depois se funcionou ou não. Nunca mais seremos “esquecidos” e o nosso SACO vai ficar cheio de problemas resolvidos.
9 comentários:
oi Cacá,
meu querido,
você está certíssimo,
minha mãe é adepta incontrolável do jornal,
qualquer reclamação,lá está D.Pipa,
ligando para o jornal,
marcam para vir tirar foto dela em casa e tudo mais,
ela já tem até um portfolio,
com muitas fotos nas páginas do Agora,
e muitos ou melhor,
todos os problemas resolvidos...
eu sou testemunha que jornal funciona mesmo!
beijinhos
Verdade. Esses dias, tive um problema com a conexão da internet - fico louca sem conexão - e liguei para o famigerado SAC.
O inferno é que nem se fala mais com pessoas! É uma máquina, um programa de computador que responde para ti. Um amigo que trabalha em uma empresa de telefonia me disse que é mais rentável para a empresa, apesar da irritação e do desconforto que causa no pobre cliente.
E o pior, é que a máquina é programada para falar numa linguagem coloquial. De matar!
Se criares o SACO, tô dentro também.
Abraço,
Cacá, acompanho essas notícias pelo nosso Estado de Minas, e fico boba de ver como as coisas chegam ao ponto de só serem resolvidas se forem levadas a público. Felizmente nunca tive problemas com aparelhos domésticos, nem serviços, acho que por pura sorte mesmo.
Ou porque me cerco de cuidados para ir ao lugar certo, sei lá! (não compro pela internet, não vou atrás de loja muito popular, que coloca os preços lá em baixo, mas é óbvio que a qualidade dos produtos é duvidosa, etc.).
Voos com ofertas mirabolantes (mais baratos que passagem de ônibus), muita promessa para pouca coisa, é de até o santo desconfiar, né? rsrs
Mas há casos de lojas grandes, caras, voos sem promoção, produtos bons e de procedência, que ainda assim dão problemas. O jeito é contar com a sorte, então, pois não podemos deixar de comprar nem de usar certos serviços.
Me avisa, posso precisar do SACO um dia!
Bom fim de semana!
Bela cronica amigo com uma bela sacada,somos lesados por todos os lados e cantos e nosso grito é sempre abafado. Sou assinante da Proteste e acompanho a picaretagem das grande empresas em suas respostas,sejam elas do ramo de alimentos,eletromesdicos, plano de saude etc.Tem aquele ditado do bom cabrito, mas temos que ser o mal cabrito sempre.Há muita picaretagem neste país,quando o assunto é a relação consumidor e fornecedor.
Um bom domingo e boa semana voces.
Meu abraço.
Rerere você esta certo,e uma boa ideia
Cacá
Resolvi assim um problema c/ um grande banco q/ sempre se esquecia de fazer o resgate de um título de investimento.Postei o assunto no RL e nos meus blogs e estouraram as reclamações de leitores contra o mesmo.Dois dias depois o dinheiro estava na minha conta.
Criei o Cartório de Protestos no blog "Conversa Fiada",justamente p/ ajudar pessoas com problemas não resolvidos.
Ninguém se apresentou.Desisti.
Torço p/ vc ter mais sorte.
bjs
É verdade. O tempo vai ensinando a gente a procurar a melhor defesa. Abraços, Cacá!
Perfeito Cacá, precisamo que nossas queixas sejam realmente ouvidas.
A última que passei, há poucos meses não vi solução nenhuma.
Bom dia
Xeros
Oi Cacá, eu tenho uma queixa para o SACO! Acaba de ser resolvida, na velocidade da... da... velocidade? Bem, 4 meses parece rápido? Isso tudo por que compramos um piso duraflor na C&C e veio com defeito. Procon, mas ainda assim, 4 meses! Só ontem recebemos o dinheiro de volta, isto se arrasta desde 18 de abril! Dá para acreditar? Não procurei o jornal, talvez tivesse sido mais rápido e prático, né? Na próxima vou tentar. E espero a criação do SACO, está bem? Beijos.
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