quinta-feira, 7 de julho de 2011

ATRIBUIÇÃO ATRIBULADA

Já imaginou se o Ricardo Gondim, teólogo e escritor chegasse para os familiares de Mário de Andrade e cobrasse satisfações por plágio de um texto chamado “O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS”, espinafrando a ousadia de um autor que é consagrado e, em tese não precisaria desses expedientes espúrios? Provavelmente ia receber como resposta:
- Estranho, Sr Ricardo, o Mário, nosso parente morreu em 1945 e é bem possível, com essa cara de novo, que naquela época o Sr. sequer tenha nascido ou estava ainda nos cueiros.

E se depois disso, familiares de Mário Coelho Pinto de Andrade, um escritor angolano resolvessem bater à porta do Gondim acusando-o de plagio descarado?

 O texto em questão consta do livro Eu Creio,Mas Tenho Dúvidas, de Ricardo Gondim. Ocorre que há um mesmo texto num site angolano, do escritor Mário Coelho Pinto de Andrade (e não o nosso Mário de Andrade). O que se nota de diferente é que no livro do sr Gondim, ele aparece com o título de  O TEMPO QUE FOGE e no lugar da referência à bacia de jabuticabas, no original (do angolano Mário) seria   bacia de cerejas. 

A única certeza que temos então, é a de que o belo texto não é de quem é mais citado em quase todas as referências na internet: o escritor Mário de Andrade (brasileiro) que, para quem não se lembra ou não sabe, é o autor de Macunaíma.

Pois é, a internet que dizem ser terra de ninguém, na verdade é terra passível de encontrar em qualquer lugar do planeta o computador que lançou ofensas, ameaças e depravações. E também plágios, cópias e adaptações acochambradas.  Terra de todo mundo, no entanto, para determinadas coisas que pouca gente se depara com o intuito de fazer correções dando justos louros a quem realmente foi autor de alguma obra, texto, poesia, tela, blog, matéria, artigo, tese, dissertação, etc, etc, etc. A gente vive reclamando de plágio, que há a possibilidade de alguém copiar literalmente um texto e roubar a autoria. E o que dizer de autores que vivem ganhando a autoria de textos sem pedir? Todo mundo já sabe que o Luis Fernando Veríssimo, a Martha Medeiros, o Arnaldo Jabor e outros tantos aparecem amiúde sendo autores de pérolas e por vezes de textos até mesmo de qualidade duvidosa, coitados.

É uma boa fonte de pesquisa e um desafio muito estimulante para estudantes de letras, ou pesquisadores de literatura e artes em geral, fazerem um levantamento de textos que circulam livremente com a autoria que dá na telha de quem publicou e se espalha pelos telhados vizinhos através de e-mails, blogs e tantos outros sites.

Fica lançada a ideia para quem gostar dela, tiver tempo, disposição e senso de justiça. 


há um bate boca interessante nos comentários sobre a autoria do texto

17 comentários:

chica disse...

Que coisa isso,heim e gostei da discussão lá no Ricardo. Agora é esperar que seja feita a Justiça como ele bem diz...abraços,chica

Rô... disse...

oi Cacá,

é terra de ninguém mesmo,
mas tem coisas que acho perdoáveis,
outras mero proveito,
cabe aqui uma frase que adoro:
"A Cesar o que é de Cesar"
e que seja feita justiça...

beijinhos

Néia Lambert disse...

Plágio é sempre muito desagradável e injusto. É pertinente a discussão no referido site.

Um abraço.

pensandoemfamilia disse...

É dificil mesmo. eu, inclusive tenho um post de um texto que estava na autoria de Saramago ( Os filhos são do mundo) e que está sendo dito que não é.
Mas concordo que se dê "a Cesar o que é de Cesar".
bjs

zelia maria freire disse...

Boa tarde zé. Que bela confusão! Nessa dita terra de ninguem se descobre tudo! Beijo de zélia

Anônimo disse...

É Cacá, quando o texto não tem registro, fica difícil aferir a autoria.
Bjssssss

Sam. disse...

Historiador, cozinheiro e mineiro... predicados aconchegantes!!

obrigada pela visita!

Um beijo!

Unknown disse...

Olá Cacá, texto magistral! Há poucos dias assiste a um programa na net, onde um jovem escritor foi entrevistado, o seu nome artístico é “Sacolinha” ele é autor de alguns livros, eu fiquei estarrecida com a entrevista do jovem. Bem, ele contou que foi abordado na rua pela polícia quando voltava do trabalho e que, naquele dia, havia lido no jornal que a carteira profissional servia como documento de reconhecimento perante a lei. Logo após ele apresentar a carteira os guardas o deixaram livre. O jovem então descobriu a importância da leitura, e a importância igualmente de escrever, partilhar conhecimento. Ele começou a escrever o cotidiano e construir alguns versos, e foi ficando sério, quanto mais escrevia, mais queria escrever, e por fim escreveu um pequeno livro e para espanto dele (e nosso) uma famosa Editora convidou ele para uma entrevista, e ofereceu uma grande soma em dinheiro, para ele vender a obra.
Ele sem compreender direito o que estava acontecendo, se negou a vender, eles então argumentaram que ele jamais faria sucesso, ao passo que poderia ver sua obra sendo lida no mundo inteiro, ele negou mais uma vez. Hoje, ele é secretário da cultura da cidade de Suzano. Não é famoso, mas continua escrevendo, é um jovem consciente do mundo que vivemos, e trabalha arduamente para que novos autores possam ser livres de tamanha arbitrariedade. É é por estas e outras que não podemos nos calar. No meu site no Recanto postei o endereço para o registro de escritas, muitos amigos escritores desconhecem. Parabéns pela excelente página, maravilhosa. Um grande abraço da, sempre, amiga, (nuvembranca).

Unknown disse...

Eu, novamente, li a publicação, Cacá, eu tenho Orkut,e recebi muitos cartões com poemas do Mario Quintana, como de "autor desconhecido" a confusão esta ai, quem não conhece delega autoria a qualquer autor, sinceramente, é a ignorância virtual... (risos) E para isso a minha receita é... REZEMOS... Não há outro jeito!!!! Beijos.

Meire Oliveira disse...

Cacá, muita verdade no que vc disse, pois tem textos que achamos de um autor e outra hora o mesmo texto de um outro autor. E ficamos sem saber em que site confiar e nunca temos certeza de nada!!!

bjokitas pra vc querido!

Adh2BS disse...

Prezado Cacá! Ói nóis aqui traveis!
O tempo de repente ficou curto pra postagens, pra visistas aos querridos amigos, sinto uma falta danada... Pra melhorar, plagiando milhões de brasileiros, estou desempregado (por que eu quis, é verdade, precisava mudar de rumo). E de quebra, não consigo acessar o painel de edição do blog do terra... Mas vamos aos fatos: plágio é uma covardia. Sou muito encanado com isso, porque quem lê muito está sujeito a citações sem querer. Sempre que identifico algo assim no que escrevo, faço questão de citar a fonte. Não me importo que alguém se baseie no que u escreva, ou até copie. Mas gostaria da honestidade de quem fizer isso identificando o autor (até pra não correr o risco, o copiador, de passar vergonha...). O asssunto é sério, mereceria atenção por parte das autoridades. E a gente não vê muita gente do governo preocupada com isso.
Grande abraço, amigo, até mais!
Abç
Adh

Hope* disse...

Oi Cacá,
autoria é mesmo polêmica, por que aqui cada um diz o que quer...
=/
Bjoos!


p.s
Voltei, rs, rápido né...
Foi só uma breve curva.

Luria Corrêa disse...

O plágio é algo que está tão próximo da gente quando o assunto é Internet. Aqui não vale aquela tese: "Ah, mas você sabe que foi você quem escreveu mesmo ué, deixe copiarem" É, mas os leitores não sabem e cadê o respeito e a admiração que você merecia ? A Internet é assim uma faca de dois gumes, e a gente tem sempre que estar com o pé atrás na hora de digitar qualquer coisa. Já fiz trabalhos pesquisados na Internet que quando o professor foi corrigir na sala de aula estavam todos errados. Eu confio mais no professor.

Excelente blog Cacá, cheio de atitude e conteúdo !

Abraço, Luria.

www.disturbiossobrios.com

Aleatoriamente disse...

Cacá meu amigo querido.
Que interessante esse texto.
Amei , vou lá no site.

Beijinho.
Fernanda

Milla Pereira disse...

Ah, meu amigo! A cada dia vemos mais adeptos do "nada se cria, tudo se copia". Parabéns pela matéria, vou procurar ler o texto do dito cujo. Cacá, convido-o a conhecer meu outro Blog "Ponto do Vista", onde os textos postados terão um teor crítico (sem nenhuma pretensão) aos fatos que assistimos, todos os dias. Grande abraço, Milla

Lúcia Soares disse...

Cacá, sempre que leio um texto atribuido a um autor de renome, vou procurar para ver se a autoria está certa. O melhor é copiar de livros e dar os devido crédito, porque a internet não é confiável nesse quesito.
Sempre alerto ao blogueiro, quando é colocado um texto, dada uma autoria, mas se sei que está errado, aviso.
Há quem não goste e delete o psot, acredita? Em vez de dar o crédiot, vai e apaga o texto!
Se eu fosse escritora e aparecesse texto meu como de autoria de outra pessoa, claro que "subiria nas tamancas" e tornaria público o engano.

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