Quando está se terminando um casamento de anos a fio sustentado sabe-se lá porque cargas d’água, é hora procurar culpados. As partes tendem a se eximir das responsabilidades num primeiro momento, aquele da crise mais efervescente, na hora em que “o bicho tá pegando”. A sogra ou sogro, a rotina, o egoísmo, dinheiro e, não raro, um outro interesse amoroso que mesmo não havendo as vias físicas de fato, a traição propriamente, são, entre tantos, os motivos e as desculpas. Esfarrapadas ou não, costuma-se não terminar bem. Até que, após o incêndio, o mar de lama ou outros desdobramentos menos catastróficos, as reflexões acontecem, isentas ou maduras, depois de cada um ter tomado seu rumo, se sobreviveram ilesos fisicamente, moralmente e emocionalmente.
A história oficial da humanidade é meio assim também. O que está acontecendo agora em alguns países do oriente médio (Iraque, Líbia, Egito, Tunísia, Bahrein...) é um pouco resultado de anos e anos de aventuras européias (e depois americanas), de tira-e-põe de reis e ditadores no poder em função desse ou daquele interesse. Claro que há uma culpa interna de cada país agora, afinal ninguém suporta opressão por tanto tempo. O que não se aceita é a imputação de responsabilidades nesses casamentos que estão ruindo com o tempo. Tentou-se garantir uma paz duradoura por meios esquisitos lá atrás ou tentou-se garantir uma fonte de fornecimento de víveres e matérias primas para o mundo rico sem influências de regimes fundamentalistas, mas fez-se isso com regimes de força bruta implantados, que agora se desmancham ante anseio popular inquestionável do ponto de vista dos direitos democráticos. De quem é a culpa, a história oficial só vai registrar de forma sensata daqui a muito tempo, quando os escombros já não mais incomodarem o stablishment.
31 comentários:
Pois é, meu caro Cacá.
Talvez nunca saibamos de quem é a culpa, pois duvido muito que alguém a assuma. Afinal, o jogo de interesses sempre foi muito grande por trás de tudo isso. E fico me perguntando se todo esse interesse, seja ele material ou político, seria o mesmo se toda essa riqueza subterrânea não existisse por lá.
E, como dizem por aí (e continuando a analogia com o casamento), "foi eterno enquanto durou".
Em tempo, quero parabenizá-lo pelo novo livro. Ainda não tive oportunidade de solicitá-lo, mas quero fazer assim que possível (ou, que meus olhos permitam... rsrs). Com certeza, mais uma excelente obra.
Abraços, Cacá.
Marcio
Essa culpa de cada país, assim como nos cônjuges, que sempre um dá a culpa ao outro, ´faz com que a verdade nunca apareça como realmente é!
abraços,tudo de bom,lindo dia!
Bom... De casamento e de crises nada entendo.
Mas todas as crises têm uma carência.
Falo sempre de amor, mas me diga lá, se ele existisse com maior afinco haveria motivos para discórdia? Haveria sim tempo para se refletir sobre cada ato.
O casamento é um ato de amor.
As crises são acontecimentos, em conseqüência de alguma coisa
Elas trazem sofrimentos, torturas e dor.
“Feliz é a nação cujo Deus é o senhor”
Aquilo que não tem Deus, não prospera, penso assim.
O casamento deveria ser vivido do mesmo modo do começo.
Respeito, carinho, atenção, entrega, o tempo só assegura estas coisas .
Ninguém casa para daqui há um tempo ter um rival e sim AMOR.
Beijo meu amigo querido.
Fernanda
A dinâmica da história sugerirá, talvez, não um culpado, mas uma série de fatores que culminaram na situação atual, complexa, tal qual na analogia do casamento. Teorias surgirão, que nos auxiliarão a interpretá-los, mas nunca - creio -de modo fechado em si.
Bjs!!
A tendência é os dois lados serem culpados, mas sempre um será maior,
eu acho....
Cacá, como está o teu irmão? ficou bem?
Caca, meu caro.
Vc faz a gente pensar: ótimo!Muito boa a analogia, até porque é facil julgar o macro, o mundo, o resto e não ver o nosso quintal. Mas, q não é só o q a mídia mostra, isso numénão!
bração!
Berzé
Cacá, uma difícil questão.
Há culpados por todos os lados, inclusive o próprio povo, por aceitar por tanto tempo os ditadores.
Ninguém é verdadeiramente livre quando não pode exercer sua cidadania.
Em contrapartida, países democráticos lutam contra muitos problemas, pois as pessoas exercem até demais sua cidadania, votando errado, aceitando absurdos de mandos e desmandos.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra..Há que se encontrar um equilíbrio.
Que as partes, como num casamento que se desfaz, assentem suas cabeças usem o bem comum como objetivo máximo.
Chega de "venha a nós...".
Abraços!
Talvez seja a hora de desencaixotar as desculpadas e não procurar mais culpados.
É preciso seguir em paz.
Meu beijo, querido
Oi José Claudio, seja bem vindo.
Gostei desse seu blog, vou segui-lo.
Tem sentido realmente.
Talvez seja porque Saturno está no signo do relacionamento (Libra), e os casamentos, sociedades, parceria, estão exigindo responsabilidades e aí as carapuças vão cair.
Veja, Saturno ele faz a colheita, e pergunta: - Vcs fizeram a lição direitinho???.
E aí meu caro, ele leva.
Muitos casamentos, sociedade, parceria vão acabar se não houver a responsabilidade.
Sobre seu signo de Virgem, meu caro, Saturno saiu, rsrsrs, e aí vc fez a lição direitinho qdo ele passou e o que ele levou da sua vida?
Um abraço Cynthia.
É verdade Cacá e assim como nos casamentos entre duas pessoas que se amam ou amaram, é difícil assumir que a culpa é das duas partes em partes iguais. Seria muito mais fácil a reconciliação, mas existe o "orgulho" e a irracionalidade das "grandes" tentações. Grande meditação nos propõe o seu belíssimo texto, como diria o amigo mais que mineiro... "Conversa pra mais de metro"... (risos) Beijos.
Gostei de sua analogia, caro Cacá!
É mesmo um casamento, bem longo por sinal, mas daqueles 'entre tapas e beijos', no povo, claro!
Os interesses por trás desses países com riqueza petrolífera são absurdos, tanto do oriente quanto do ocidente.
Mas, acho que agora este casamento terá mesmo separação e muita choradeira.
bjs cariocas
Olá Cacá, tudo bem?
Sempre quando acaba algo. Uma fase termina. Procuramos culpados ou nos auto-culpamos. Mas muitas vezes, é permissão, vontade de Deus. Acredito que temos um plano e uma missão a cumprir aqui.
Bom, sobre meu blog. Não vou abandoná-lo, apenas esperarei a poeira baixar.
E quanto a você, não se esqueça de mim e do meu blog.
Beijos..
Guerra, corrupção, repressão, revolta, morte. Espero que todo este mal não seja em vão. E que a teimosia sobreviva à crise atiçando-se na consolidação de Nações e cidadãos mais inteiros. Gostei da analogia. Abraços!
Olá, Cacá
Culpas, verdades, mentiras, acordos e desacordos... só passados muitos anos se saberão, pela boca (ou caneta... ou Pc... ) dos historiadores.
Uma coisa é certa - os povos têm direito à sua liberdade, coisa desconhecida pelos ditadores que durante anos e anos oprimiram o povo nesses países agora revoltosos.
Todos sabemos que por detrás de tudo há muitos interesses inconfessos; mas um dia a verdade vem à tona, pois nada se pode ocultar eternamente.
Gostei do seu texto.
Continuação de boa semana. Beijinhos
Espero que sua perspectiva se realize. Tenho vistos casamentos desfeitos que exigem décadas de dores para os dois lados.
Talvez com nações ejam diferente
Abraços
São tantos os interesses, e as responsabilidades dificilmente alguém vai assumir. Mas como em todo relacionamento há ação e reação criando um circulo vicioso se nenhuma das partes desejar mudanças de fato.
Abraços
Casamentos falidos e guerras,tem as suas semelhanças.Que alguém jogue a toalha para não respingar resquicios fatais.Paz! abraços Cacá!
Amigo esse tema é realmente complexo. Tenho estado de frente com relacionamentos de liberdade, respeito a individualidade, bom humor e criatividade. Também com casais ciumentos,possessivos,desconfiados. Ambos os casos há traição e final de relacionamentos, principalmente entre os mais jovens. A família hoje não tem o mesmo valor,a facilidade das ofertas e também de divórcio;além da educação mimada que muitos tem, contribuem razoavelmente para tantas separações, traiçoes ou desavenças.A responsabilidade é sempre dos dois,cada um tem que se rsolver pra não arrastar para o próximo relacionamento. Os 50% de cada um é que tem que ser trabalhado e compreendido,pois o do "outro" não dá. As escolhas tem um preço e cada um tem que assumir a parte que lhe cabe. Montão de bjs e abraços
Oi Cacá,
sabía que o Monte Everest e a Antártida também são um dos meus lugares que eu mais gostaria de conhecer .
Vim deixar um beijo , Neno
Oi Cacá
No casamento, as culpas são de lado a lado e se nao houver o equilibrio acaba de vez.
Já nos países nunca consegui entender o lado oreintal em constantes guerras íntimas seja por território , religiaõ ou exagerado poder .
Vamos ver que rumos vão tomar os ditadorsinhos todos .rsrs
abraços Cacá
Cacá, muito boa comparação, amei!
Parabéns.
Lembro também da situação antiga do Irã. Todo cuidado é pouco. Eles vinham de uma ditadura monárquica de mais de 40 anos, até que o povo se rebelou. Aí, os EUA deram apoio ao Aiatolá Komeini, que estava exilado na França e, naquele momento histórico, encarnava o ideal da democracia.
Bem, o resto dessa tenebrosa história nós já conhcemos.
Espero que todos (o povo, os EUA, a Europa) estejam se lembrando desses eventos passados, para que a democracia não se torne, de novo, apenas uma desculpa para que uma nova ditadura tome o poder!
Abraços sempre afetuosos.
Cacá só mesmo o sábio tempo irá dizer ou mostrar quem são os culpados dessa situação chegar aonde chegou. Agora é torcer para que tudo se resolva de forma que o povo não sofra tanto as consequências dessa guerra fatídica.
Um abraço
Bom dia, querido amigo Cacá.
A ganâcia dá força para todos se infiltrarem num determinado lugar, como se fossem piranhas querendo se alimentar.
Quando a resistência mostra a cara, dizendo: BASTA!! Os covardes ficam sem chão, e seria esperar muito, que alguns admitissem o seu erro... A sua culpa.
Um grande abraço.
Tenha um lindo fim de semana.
OI AMIGO PAZ PARA TODOS,E BOM CACÁ TER AMIGOS, PRINCIPALMENTE COMO VC, LER AS SUAS CRÕNICAS SÉRIAS MAIS COM UMA PITADA DE HUMOR, RECEBER OS SEUS COMENTÁRIOS ONDE A AMISADE VEM JUNTO NOS DANDO ALENTO. UM ABRAÇO FRATERNO CELINA.
Sempre é difícil descobrir culpados. Numa crise como essa, assim como num casamento, a "inocência" é sempre proclamada e "assumida" com mais facilidade.
Mas culpas e inocências à parte, o que está acontecendo agora no Oriente Médio é um "recadaço" aos poderosos: só haverá paz e prosperidade por lá com democracia e qualidade de vida.
Não dá pra fazer omelete sem quebrar os ovos. Que os protestos incomodem e façam muito barulho, se for o caso, mas que consigam promover as tão necessárias mudanças. E que o resultado disso tudo possa realmente ser um bem para a democracia.
Excelente, Cacá! Bom ler você!
Abração!
Me encanta a força de uma analogia bem feita, como esta tua.
Adorável teu comentário no Alinhavos, vc é um cara muito especial, obrigada pela tua atitude de PAZ e BEM...falar e aplicar, isso sim faz toda a diferença!
Um grande bjo
Amigo nunca ninguem quer assumir culpas, mas a meu ver talvez a culpa seja de ambas as partes. Ao longo do percurso que caminharam juntos cada um deve ter contribuido para o culminar da principal razão do divórcio, a falta de amor.
Muito Obrigado pela letra da lindissima canção que deixou no meu cantinho. Já fui ouvir no Youtube e adorei. A sua gentileza está sempre presente, meu amigo.
Bom fim de semana
Beijinhos
MAria
Sinto que, em relação a casamento, nao existe um culpado, se deixarmos as discordias acumularem, no final a bomba acaba explodindo no colo dos dois.
Casamento é um labor constante e mútuo,onde acredito que as acusações e culpas devam evitadas para uma melhor comunicação.
Será que posso usar essa explicação para os problemas do mundo também..rs?
Parabéns Cacá pelo livrao,soube pela Tati Pastorello!!! Muita sorte, voce merece, garoto talentoso!!!
Bjs.
Uma feliz analogia Zé,para refletir sobre estes esdruxulos casamentos de interesses.Basta analisar o EUA,quem mais fomentou casamentos por este mundo e acaba sempre recebendo o troco e estilhaços destes mal fadados enlaces.Muito boa sua reflexão.Um abração, dizem que o Isabelito esta vindo por ai.E eu morto de curioso,rsrs.
A "culpa" é sempre dos dois ... não resta dúvida que o fiel da balança pende mais para um lado, porém se o outro lado contemporizar, o "fiel" ficará quase sempre no meio, mas, ocorre que nenhum dos dois quer ceder e reconhecer seus erros! Daí o motivo de tantas separações... Egoismo (incluo aqui: traição) e falta de diálogo são os responsáveis pelo "adeus" entre os casais. Já no caso dos países "revoltosos", a verdade ninguem nunca saberá: muita política por trás de tudo isso...
Ah e quanto ao Paulo de Diniz, estou com voce... ele é demais!!!
Abração
Acho que num convívio familiar, temos a mesma política que rege o mundo.
Existe imperialismo,partidarismo,egoismo, ditadura, injustiça, tortura, exílio, conchavos, ideologia frustrada, etc.
E ninguém admite a culpa.
Um grande abraço.
Postar um comentário