Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, (Curvelo,MG 5 de junho de 1923 — Rio de Janeiro, 14 de abril de 1976) foi uma estilista brasileira, mãe do militante político Stuart Angel Jones e da jornalista Hildegard Angel.
Nasceu em Curvelo-MG. Mudou-se quando criança para Belo Horizonte, tendo em seguida morado na Bahia. A cultura e cores desse estado influenciaram significativamente o estilo das suas criações. Pioneira na moda brasileira, fez sucesso com seu estilo em todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos.
Em 1947 foi morar no Rio de Janeiro e nos anos 50 iniciou seu trabalho como costureira, quando fazia roupas principalmente para alguns familiares próximos. No princípio dos anos 70 abriu uma loja em Ipanema, quando começou a realizar desfiles de moda nos EUA. Nestes desfiles sempre abordou a alegria e riqueza de cores da cultura brasileira, fazendo sucesso no universo da moda daquela época.
Nos anos 70, seu filho Stuart, ativista que lutava contra a Ditadura instaurada a força no Brasil pelos militares brasileiros apoiados pelo Governo Estadunidense, foi preso e morto nas dependências do DOI-CODI. O corpo de Stuart nunca foi encontrado.
A partir daí, Zuzu entraria em uma guerra contra o regime pela recuperação do corpo de seu filho, envolvendo até os Estados Unidos, país de seu ex-marido e pai de Stuart. Essa luta só terminou com sua morte, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea, à saída do Túnel Dois Irmãos (RJ), em circunstâncias então mal esclarecidas.
O caso de Zuzu foi tratado pela Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, no processo de número 237/96, o governo brasileiro assumindo, em 1998, a participação do Estado em sua morte.
Em homenagem à estilista, o cantor e compositor Chico Buarque compôs, sobre melodia de Miltinho (MPB4), a música Angélica.
O escritor José Louzeiro escreveu o romance "Em carne viva", com personagens e situações que lembram o drama de Zuzu Angel.
CARTA DE STUART ANGEL PARA A SUA MÃE
"Mãe, você me pergunta se eu acredito em Deus.
Eu te pergunto: Que Deus? Tem sido minha missão te mostrar Deus no Homem, pois, somente no homem ele pode existir. Não há homem pobre ou insignificante que pareça ser, que não tenha uma missão.
Todo homem por si só influencia a natureza do seu futuro. Através de nossas vidas nós criamos ações que resultam na multiplicação de reações. Esse poder que todos nós possuímos, esse poder de mudar o curso da história, é o poder de Deus. Confrontado com essa responsabilidade divina, eu me curvo diante do Deus dentro de mim."
Stuart Edgard Angel Jones".
Fonte: wikipedia, aqui http://pt.wikipedia.org/wiki/Zuzu_Angel
* Na antiguidade, como a escrita era pouco desenvolvida, o AEDO cantava as histórias que iam passando de geração para geração, através da música. Depois, veio o seu assemelhado na idade média que era o trovador. Hoje, juntado tudo isso com a tecnologia, criei o AEDO CIBERNÉTICO.
10 comentários:
E este AEDO, Cacá, precisa ser passado de geração em geração para que todos possam entender o que foi este período na história de nosso país - história tantas vezes desprezada como registro e como lição.
Um abraço!
Muito pertinente o comentário do Jaime Guimarães a esta sua crônica, Cacá.
Muito mais do que esquecida, nossa história é desprezada e mal contada, quando não, meramente inventada.
Um povo que nega seu passado, simplesmente perde suas raízes. Foram anos negros e pesados, mas que devem permanecer vivos na mente de nosso povo. Somente assim para vermos o quanto foi necessário lutar lá no passado para ter esse presente de agora, que aliás, não anda tão bem assim, não é?
A juventude simplesmente desconhece toda essa fase, mas não porque quer, e sim porque não lhes é contado de forma correta.
Excelente crônica, meu amigo.
Abraços, Cacá.
Marcio
Tudo nesta época é sofrido,injusto,triste,mas necessário não ser esquecido.Valeu Cacá.grande abraço
É importante que isso fique bem registrado pra não ser esquecido...Lindo mais uma vez! abração,chica
Gostei demais da conta dessa nova forma de eternizar momentos: Aedo Cibernético. Que tão boa ideia a sua meu caro Cacá, que muitas outras histórias vc venha dessa forma nos deixar.
Um abraço
Prezado Cacá.
Conhecia a história de Zuzu Angel, só não conheço a história do filho, pelo jeito um camarada culto, desprendido e idealista que foi suprimido pelo regime militar. Sua crônica nos remete a personagens de um período da história desse país que a sociedade deveria esclarecer...
Grande abraço,
Adh
Bom dia, querido amigo Cacá.
Essa história é muito triste, o que era comum na época da ditadura.
Porém a Zuzu Angel, que já tinha mostrado a sua perseverança e garra, inovando e se destacando na vida profissional, mostra o seu instinto materno como uma leoa, à cata da sua cria.
Foi forte e guerreira...
Mas o mesmo sistema que matou o seu filho, calou a sua voz... Calou o seu grito! Covardemente, covarde!
Assim como foi implantado.
A indenização que foi conseguida, cuja beneficiária é a Hildegard Angel,jamais fará justiça, porque vidas abatidas não tem preço.
Um grande abraço.
Tenha um lindo dia, cheio de paz.
Cacá,
Cá entre nós (rs)e tem algo que eu não adore e nem aplauda que vc nos traz???
Eu amééééi esse seu registro. De difundir os conceitos, as culturas e que quase sempre vão morrendo, se apagando pelas gerações.
É preciso preservar o que se traz.
Meu beijo querido.
Olá, cacá
Não conheço essa senhora Zuzu Angel nem seu filho, mas não é preciso conhecer os personagens para nos sentirmos indignados com histórias de vida como as suas.
Muitas vezes ( eu diria mesmo que na maioria das vezes) os historiadores têm tendência a esquecer estes casos, pelo menos enquanto os intervenientes responsáveis estão vivos.
É por isso muito bom que haja pessoas que não os deixam cair no esquecimento.
Posts asim vale a pena ler.
Boa semana. Beijinhos
Cacá!
Estes teus posts são super interessantes e estou gostando de reavivar a memória sobre estas importantes figuras de nossa história contemporânea.
um abraço carioca
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