“Eu já subi demais
Eu já desci demais
Eu já fiz coisas que um jipe não faz”
(Cantiga entoada em minha cidade na época de menino. Autor desconhecido)
Eu já desci demais
Eu já fiz coisas que um jipe não faz”
(Cantiga entoada em minha cidade na época de menino. Autor desconhecido)
Quando menino eu precisava sempre subir um morro, seja para matar a curiosidade, seja para simplesmente atingir o outro lado das montanhas da minha cidade indo para a escola. Era a minha fronteira. As montanhas de Minas sempre foram as minhas fronteiras geográficas. Lá de cima é que a gente tomava conhecimento que o horizonte era um infinito de possibilidades.
Quando conheci o mar eu não gostava de voltar para casa. Ficava olhando lá naquele lugar onde criança achava que ele faz a curva e entorna. Acho que não é só do espaço que dá para perceber a forma arredondada da terra; no mar também, pois era nítida a minha sensação de que lá naquele local onde a vista alcançava o fim do horizonte, o mar entornava. Imaginava que ali ninguém podia chegar, sob o risco de cair num buraco que representava o fim do mundo físico. Eram estas tão somente as minhas fronteiras.
Depois a gente cresce e o significado de fronteiras passa a ser mais ameaçador do que montanhas e águas derramadas no redondo fim do mundo. Até porque, limites a gente passa a conhecer pouco a pouco. Durante a fase de crescimento, são os pais dizendo que isso pode e aquilo não pode; é a escola com seus ensinamentos de sociabilidade, por si mesmos repletos de limites. Para os que possuem alguma religião, é ela, talvez a que impõe mais fronteiras, através da intimidação psicológica, o que limita mais a gente, se não conseguimos separar a fé no divino da subserviência cega a preceitos e cânones. Tem depois o patrão que, puxa vida, vai colocar limites assim, lá não sei onde... Mesmo para quem cria a possibilidade de não depender dele, enfrenta limites na concorrência como empreendedor ou autônomo.
Aprendemos a respeitar um tanto de coisas importantes outras nem tanto. Mas os limites aprendidos têm também a função de fornecer discernimento e ajudar nas escolhas futuras.
Certo é que não vejo possibilidade de vivermos a não ser cercados; numa liberdade que tem no seu próprio conceito social amarras com nós indestrutíveis e outros que são apenas laços que podemos afrouxar às vezes em busca de mais liberdade, sempre tentando minimizar o que nos é fronteiriço. E nisso entra o pensamento, a única liberdade da qual podemos gozar sem nenhuma fronteira.
Quando conheci o mar eu não gostava de voltar para casa. Ficava olhando lá naquele lugar onde criança achava que ele faz a curva e entorna. Acho que não é só do espaço que dá para perceber a forma arredondada da terra; no mar também, pois era nítida a minha sensação de que lá naquele local onde a vista alcançava o fim do horizonte, o mar entornava. Imaginava que ali ninguém podia chegar, sob o risco de cair num buraco que representava o fim do mundo físico. Eram estas tão somente as minhas fronteiras.
Depois a gente cresce e o significado de fronteiras passa a ser mais ameaçador do que montanhas e águas derramadas no redondo fim do mundo. Até porque, limites a gente passa a conhecer pouco a pouco. Durante a fase de crescimento, são os pais dizendo que isso pode e aquilo não pode; é a escola com seus ensinamentos de sociabilidade, por si mesmos repletos de limites. Para os que possuem alguma religião, é ela, talvez a que impõe mais fronteiras, através da intimidação psicológica, o que limita mais a gente, se não conseguimos separar a fé no divino da subserviência cega a preceitos e cânones. Tem depois o patrão que, puxa vida, vai colocar limites assim, lá não sei onde... Mesmo para quem cria a possibilidade de não depender dele, enfrenta limites na concorrência como empreendedor ou autônomo.
Aprendemos a respeitar um tanto de coisas importantes outras nem tanto. Mas os limites aprendidos têm também a função de fornecer discernimento e ajudar nas escolhas futuras.
Certo é que não vejo possibilidade de vivermos a não ser cercados; numa liberdade que tem no seu próprio conceito social amarras com nós indestrutíveis e outros que são apenas laços que podemos afrouxar às vezes em busca de mais liberdade, sempre tentando minimizar o que nos é fronteiriço. E nisso entra o pensamento, a única liberdade da qual podemos gozar sem nenhuma fronteira.
4 comentários:
Ah, o pensamento. O que seria de nós se ele não fosse livre?
Ótimo texto. Ótimo blog. Adorei passar por aqui, Cacá.
E, arrisco dar uma opinião: tudo faz parte do nosso processo de humanização.
Abraços,
www.ilimitada-mente.blogspot.com
Estou divulgando meu novo blog
www.gastronomiaefotografia.blogspot.com
Se puder da uma passada lá!
Atenciosamente
Tati
Que texto bem-construído,maduro. Li imaginando as montanhas de Minas, o fim do mar...Realmente, pensamento é livre, e é o q nos salva no meio de tantos muros. Gosto do modo q escreve, reflete o q a gente sente.
bjs-
Cé
Ah, fuça no meu blog( como ficou ESQUISITA essa frase!) depois!
bjs
Cé
http://memoriasdecristal.blogspot.com/
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