domingo, 7 de fevereiro de 2010

UM INSPETOR MUITO LOUCO

Pacheco era um cara dramático. Seus modos de assustado e temeroso me encantavam. Tinha um ar de mistério em tudo que falava. Acho que era um desviado de função na empresa e de lugar na vida. Lhe cairia bem ser roteirista de filmes de suspense.

Mecânico de boas habilidades, cuidava de um setor que se chamava água e ar. Eram os responsáveis pela manutenção dos sistemas de água potável e da água para uso industrial. Além dos bebedouros, sanitários, restaurante, laboratório, ar condicionado das salas e do ar comprimido que alimentava circuitos pneumáticos em geral. Ele parecia dialogar com as máquinas.

Deu-se por suas hábeis qualidades receber uma promoção. Era agora inspetor geral das máquinas. Uma espécie de preceptor delas. Cuidar para que não lhes faltasse nada e não as deixasse “adoecer” de suas funções vitais. Ia à frente ver do que precisavam para não estragarem e prejudicarem todo o funcionamento da usina. Então, elaborava relatórios e passava para o pessoal da manutenção que ia socorrer os equipamentos. Era a chamada manutenção preventiva. Sua peculiaridade revelava-se nos relatórios. Tirei uma copia de um deles e guardei pensando um dia transformá-lo em alguma coisa que espelhasse o surreal. Já havia caído no rol dos engraçados comentários da “boca miúda” da peãozada. Em tempo: meu setor era de programação e planejamento. Onde os relatórios eram recebidos e eram agendadas datas, quantidade de pessoas, material necessário e equipamentos auxiliares para se realizarem as manutenções.

Transcrevo aqui o que estava no papel do Pacheco para quem interessar possa:
“Ia eu caminhando lentamente pela região onde está o moinho. Aquele cilindro colossal que fica girando, girando, ameaçador, imponente, triturando minério em seu interior, quando, ao passar defronte à casa de máquinas bombeadoras de água, aquelas enormes, gigantescas bestas feras que cospem jatos de água com intensa pressão, ouço um ruído. Ma não um ruído qualquer desses que estou habituado de ofício e meus ouvidos sabem reconhecer e diagnosticar o defeito pelo seu tom. Tratava-se de algo inusitado, senhores. Entrei naquele cômodo sombrio e nem acendi as luzes. Precisava investigar primeiramente a possibilidade de uma sabotagem industrial ou algum fenômeno do além. Depois de exatos sete minutos de dez segundos e não acontecendo nenhum outro fato que confirmasse minhas suspeitas, resolvi deixar meu posto secreto e me aproximar do local de onde vinha o estranho barulho. E para minha surpresa e creio que de todos vocês, vejam só: me deparo com um pedaço de saco plástico agarrado nos ventiladores do motor de uma das bombas, o que gerava uma espécie de som assobiado, intermitente e agudo. Esclareço assim, que os senhores não mais precisarão se deslocar até lá. Eu mesmo providenciei a retirada do corpo estranho e fiz cessar todo o mistério. Podem trabalhar em outros casos mais urgentes.“
ASS: Pacheco, matricula 6728.

3 comentários:

chica disse...

Muito legal e esse Pacheco era dos bons...abração,tudo de bom,chica

Anônimo disse...


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Anônimo disse...


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