Aldrovando Cantagalo é um personagem de um conto de Monteiro Lobato, O Colocador de Pronomes. Nasceu e morreu devido a erros de gramática. O homem que veio a ser pai do Aldrovando cometeu um erro fatal num bilhetinho de amor a uma filha de um coronel e este lhe empurrou a outra filha encalhada e não a moça para quem o bilhete era dirigido, uma belezura de menina! No final de sua vida, ele acometido por uma doentia ligação com a correção gramatical e uma insuficiência renal crônica, sofreu um ataque diante daquela que seria a sua obra prima, um tratado gramatical que explicava o mundo pelas regras da língua quando, pasmem, os cinco volumes saíram da gráfica. Sentença para nascer e para morrer por causa de dois pronomes mal colocados. Os enganos se transformando em verdade ou em sentença condenatória fazem da vida um suplício. Que podem causar apenas transtornos ou chegar ao extremo da fatalidade.
Pois a história que vou lhes contar me faz pensar que esses escritores geniais usam e abusam da imaginação criativa vinda diretamente da suas cabeças ou então associada a algum fato presenciado ou ouvido. Transformam-na em uma peça literária do mais puro prazer de ler, sem nenhum engano. É o caso aqui, do Monteiro Lobato.
Ouvi um repórter citar uma frase na rádio lembrando de sua terra natal e me remeteu à minha infância quando ia passear na roça. E me lembrei também do Maurício de Souza, o gênio dos quadrinhos infantis, com seu Chico Bento e as goiabas do Nhô Lau.
O Senhor Zé Alírio tinha um pomar não muito grande num canto do pasto, este sim, enorme, descampado que possuía muitas jabuticabeiras. Daquelas graúdas, negras da cor dos olhos e de encher os olhos de todas as cores de qualquer criança. E até adultos também. Bravo e de pouca conversa, achava que não precisava nem de porteira para o gado não fugir. Ele mesmo cuidava da vigília diária e mantinha apenas uma porteirinha de três ripas para entrada e saída dos caminhões de leite e sua camionete quando precisava ir à cidade. Quando estava na época da safra ele, que diziam também fabricar vinhos de jabuticaba, não dava e nem vendia para terceiros. Então, colocou a tabuleta com o aviso na entrada, que gerou a correria que fez atrás de mim mais a meninada que foi lá roubar umas frutas.
“Mês tano aberta ou fechada se entrá panha.”
Eu fui lá, metido a sabido e coloquei uma vírgula com um pedaço de carvão depois da palavra “entrá”. E falei para a turma que assim estava liberada a nossa entrada para apanhar umas jabuticabas por ordem do próprio dono. Ainda bem que ele resolveu antes ir buscar o cavalo. Foi nesse meio tempo que a gente se escafedeu e se livrou de uma surra.
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Esta é uma criação a partir da frase “Mês tano aberta ou fechada se entrá panha” (Mesmo estando aberta ou fechada a porteira, se entrar, apanha) que eu ouvi no programa matinal na rádio Bandnews proferida por um jornalista que afirmou tê-la visto escrita em uma porteira de fazenda em Ouro Fino - MG, sua cidade Natal.
Pois a história que vou lhes contar me faz pensar que esses escritores geniais usam e abusam da imaginação criativa vinda diretamente da suas cabeças ou então associada a algum fato presenciado ou ouvido. Transformam-na em uma peça literária do mais puro prazer de ler, sem nenhum engano. É o caso aqui, do Monteiro Lobato.
Ouvi um repórter citar uma frase na rádio lembrando de sua terra natal e me remeteu à minha infância quando ia passear na roça. E me lembrei também do Maurício de Souza, o gênio dos quadrinhos infantis, com seu Chico Bento e as goiabas do Nhô Lau.
O Senhor Zé Alírio tinha um pomar não muito grande num canto do pasto, este sim, enorme, descampado que possuía muitas jabuticabeiras. Daquelas graúdas, negras da cor dos olhos e de encher os olhos de todas as cores de qualquer criança. E até adultos também. Bravo e de pouca conversa, achava que não precisava nem de porteira para o gado não fugir. Ele mesmo cuidava da vigília diária e mantinha apenas uma porteirinha de três ripas para entrada e saída dos caminhões de leite e sua camionete quando precisava ir à cidade. Quando estava na época da safra ele, que diziam também fabricar vinhos de jabuticaba, não dava e nem vendia para terceiros. Então, colocou a tabuleta com o aviso na entrada, que gerou a correria que fez atrás de mim mais a meninada que foi lá roubar umas frutas.
“Mês tano aberta ou fechada se entrá panha.”
Eu fui lá, metido a sabido e coloquei uma vírgula com um pedaço de carvão depois da palavra “entrá”. E falei para a turma que assim estava liberada a nossa entrada para apanhar umas jabuticabas por ordem do próprio dono. Ainda bem que ele resolveu antes ir buscar o cavalo. Foi nesse meio tempo que a gente se escafedeu e se livrou de uma surra.
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Esta é uma criação a partir da frase “Mês tano aberta ou fechada se entrá panha” (Mesmo estando aberta ou fechada a porteira, se entrar, apanha) que eu ouvi no programa matinal na rádio Bandnews proferida por um jornalista que afirmou tê-la visto escrita em uma porteira de fazenda em Ouro Fino - MG, sua cidade Natal.
3 comentários:
sa tua história ficou genial e sabes aproveitar muito bem tudo que ouves ou vês.
Estás sempre atento!Legal!
Aproveito pra dizer que estou com saudades de te ver no RL e desejo uma Linda e FELIZ PÀSCOA!abração,chica
OI AMIGO UMA PÁSCOA REPLETA DE SAÚDE E DE MUITA PAZ.
OBRIGADA PELA GENTILEZA DO SEU COMENTARIO.
LI O SEU POST, ACHEI MUITO ENGRAÇADA A HISTÓRIA DAS JABUTICABAS, VC É MUITO CRIATIVO!
ABRAÇO CARINHOSO CELINA.
Com esta sua história lembrei que recebi uma daquelas mensagens-texto que, ao trocarmos a vírgula de várias frases elas ficavam com um sentido completamente diferente. Muitas vezes recebo e-mail difícil de ler... Faltam as vírgulas!
bjs e uma feliz Páscoa.
Tais luso
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