A língua portuguesa é um tanto difícil, isso é um ponto pacífico. A dificuldade, no entanto, não chega a ser uma unanimidade, pois há quem a domine absolutamente. Graças a esses poucos seres ungidos de clarividência vernacular, vamos caminhando trôpegos, mas em frente na nossa comunicação escrita e oral. Seja falando ou escrevendo os deslizes são inevitáveis. Volta e meia maculamos impiedosamente a língua pátria. A comunicação vem sendo estabelecida ao longo do tempo e apesar de tudo, embora de vez em quando uma ou outra vírgula fora de lugar ou ausente possa provocar estragos irreparáveis ou perda de oportunidades.
Você poderá dizer agora, por exemplo:
- Não quero saber disso!
Ou então:
- Não, quero saber disso! Faz toda diferença. Há quem se incomode e há quem não se incomode com tantas regras, desde que a comunicação cumpra seu papel essencial de transmitir e receber uma mensagem codificada nas letras ou nas palavras. Há as formalidades onde ela é exigida em seu uso correto e outras situações em que os interlocutores podem se colocar à vontade na expressão, como ocorre corriqueiramente no dia-a-dia da maioria. O mau costume para uns pode se tornar um incômodo e para outros virar motivo de gozação. Eu me enquadro nesse “outros”, primeiro por ser um gozador nato e segundo porque eu também não sou nenhum Professor Pasquale.
O gerúndio é um desses casos que estou pensando seriamente se não deveria fazer constar no rol de queixas do procon por suas ofensas aos ouvidos mais sensíveis. Algo que não seja pedante em termos de reclamação quanto à correção, mas pelo menos uma inclusão que possa ser encaixada entre poluição sonora e insalubridade. Depois de estar sendo indevidamente violentado, foi ganhando uma feiúra insuportável.
Eu sei que você não vai estar chegando ao final da leitura desse texto pois já desde o início vai estar achando-o muito chato. Até o corretor gramatical do word, que não é lá grande coisa nem confiável sublinha quase tudo que estou escrevendo. Deve estar “se achando!” Pois, se você andou vindo até aqui, vá se preparando. Daqui pra frente eu vou estar falando num tom que poderá ir lhe irritando.
Celular, telefone fixo, internet, tv a cabo são exemplos de embromação que vou estar lhes passando.Dá para se ir tendo uma vaga idéia de quem andou inventando a fala que nunca chega ao fim. Parece que está sempre caminhando enquanto fala. Acredito ser o pessoal dos call centers e telemarketings. Porque eles estão sempre caminhando na nossa frente a fim de estarem sumindo de nossas queixas e ficarem evitando de estarem resolvendo os nossos problemas enquanto estamos reclamando de alguma coisa não atendida ou serviço não executado, ou cobrado sem ter sido executado. As atendentes não estão nem ligando se quem está do outro lado da linha é uma pessoa ou não. Vão mandando a gente estar aguardando enquanto vão estar consultando o departamento responsável. E com uma musiquinha insuportável que vai estar tocando, vão nos enrolando.
1 comentários:
Mas eu já "enquanto consumidora estou me preparando para estar atendendo da seguinte forma: Estarei muito gentilmente, lhe oferecendo uma viagem que vocês poderão ou não estar aceitando. Ela é apenas de ida e é pra PQP e acho, estarão gostando e por lá se divertindo e...lá ficando...rsrssr abração e sempre lindas crônicas por aqui!chica
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