terça-feira, 26 de janeiro de 2010

(OD)ONTOLOGIA POÉTICA

Poesia, minha gente

não é só para dizer augúrios.

É também impropérios

Tudo aquilo que se sente.

Soltar as emoções, casos sérios,

Coisas contundentes,

Dores no peito

mas também dores de dente.


Pois foi numa noite

entre um sorvete e um café quente,

que a boca contorceu, os olhos lacrimejaram.

Doeu acintosamente

na raiz daquele dente

que a gengiva descobriu.


Cacei o telefone daquela dentista

na página da agenda

que só tinha diarista,

Darcy, Doquinha, Dimas e Dona Glenda

Nada de minha odontologista.


Nem na letra “o”

onde só encontro oficina.

Conserto pra carro tem

Mas pra boca que urge nada consta, nada anima.


Acho melhor ligar pra alguém

sem predicado ou outra formação

mas que seja delicado

e que tenha um remédio.

Nem que seja enfermeira, aquela minha prima.

O dente não suporta mais.

Que saudade de um tédio!

E, puta que pariu,

vai doer assim

lá na falta de rima!

0 comentários:

Web Statistics