Poesia, minha gente
não é só para dizer augúrios.
É também impropérios
Tudo aquilo que se sente.
Soltar as emoções, casos sérios,
Coisas contundentes,
Dores no peito
mas também dores de dente.
Pois foi numa noite
entre um sorvete e um café quente,
que a boca contorceu, os olhos lacrimejaram.
Doeu acintosamente
na raiz daquele dente
que a gengiva descobriu.
Cacei o telefone daquela dentista
na página da agenda
que só tinha diarista,
Darcy, Doquinha, Dimas e Dona Glenda
Nada de minha odontologista.
Nem na letra “o”
onde só encontro oficina.
Conserto pra carro tem
Mas pra boca que urge nada consta, nada anima.
Acho melhor ligar pra alguém
sem predicado ou outra formação
mas que seja delicado
e que tenha um remédio.
Nem que seja enfermeira, aquela minha prima.
O dente não suporta mais.
Que saudade de um tédio!
E, puta que pariu,
vai doer assim
lá na falta de rima!
0 comentários:
Postar um comentário