Tinha um telefone vermelho na Casa Branca e outro no Kremlin, prontos para dar o aviso de guerra nuclear. Qualquer ameaça de um dos lados, EUA ou Rússia, o lado ameaçado pegaria o aparelho, discaria um número e pronto, estaria iniciada a guerra nuclear que poderia destruir o planeta. Diziam cada um dos donos do mundo que tinham capacidade de destruir a terra seis vezes com uma explosão atômica. Como se precisasse mais de uma... Será que já usam celular com GPS para localizar o alvo?
Do lado de quem estava numa boa paz, começaram a se popularizar os telefones residenciais que faziam um triiimmmm audível a um quarteirão de distância e sem regulagem de volume. Um aparelho preto bem charmoso, mas com peso de uma marreta. E uma roda numerada de zero a nove para discar.
As primeiras coisas de impacto na vida da gente, não costumamos esquecer. Lembro do primeiro carro de mau pai, um fusquinha azul cuja placa era FP-2703. O telefone lá de casa era 3353.
Quem já nasceu na era do celular nem consegue imaginar a gente indo à central telefônica, entrar numa cabine de um metro quadrado e solicitar à telefonista, devidamente paramentada com um fone de ouvido em forma de concha e esperando meia hora até duas horas, dependendo do lugar para onde ia ser feita a ligação. A sensação que se tem hoje é que tínhamos que esperar as ondas sonoras viajarem de ida e de volta (de ônibus) para se conseguir estabelecer a comunicação.
Eu achava pura ficção aqueles filmes americanos de 007 ou do agente 86 em que os personagens tinham telefones nos carros. E nós ainda aqui com o telefone preto. Pesado! Só depois fui saber que o Brasil absorvia s tecnologias obsoletas dos países do primeiro mundo, como aqueles navios cheios de lixo que os ingleses nos mandaram outro dia, dizendo ser material reciclável.
4 comentários:
Cacá meu querido amigo..... Melhorou muito o travamento do blog.
Contando história:
No começo da década de 70 em Ribeirão Preto quem quizesse fazer uma ligação para São Paulo Capital ligava na central telefônica, dava o número para telefonista a ser discado e ficava aguardando a complementação da ligação. A telefonista retornava quando conseguia concluir.
Pois bem, um certo dia o comerciante depois de esperar bem uma semana pela conclusão de sua solicitação não aguentou esperar mais e foi para a capital, direto na empresa que ele queria negociar.
Depois de uma semana estava ele dentro da empresa com a pessoa que ele queria conversar, entrou a secretaria dizendo: Sr., tem uma ligação do Sr. Sebastião de Rib. Preto..... É minha ligação que pedi a uma semana atrás, não precisa atender, eu já estou aqui!!! Pode?
Se é mentira eu não, só ouvi esta história.... (rs)
Olá Cacá!!!!
Estava no Somos da Selva onde li seu post e acabei parando nas Gerais. Onde moro tem 7 montanhas chamadas Nanatsumori que me fazem lembrar o sul de Minas, só falta o cheiro gostoso do pão de queijo.
Minha visita ao Boteco estava sendo esporádica pqe no período de desemprego migrei pra Saigon onde o custo de vida é baixo e o povo extremamente gentil.
Em contrapartida fiquei sem conexão, salvo alguns raros momentos (descobri alguns boca-livres na cidade que usava quando era possível).
Retornei a Taiwa o que certamente me dará condições de participar mais ativamente. Assim espero
Ksss
Também sou do tempo do telefone preto. Não, não aquele modelo preso a parede. Um pouco mais moderno, o de mesa.
Lembro que nas eleições parlamentares de 94 usávamos uns celulares tão pesados, quanto caros.
Naquele mesmo ano os técnicos da área de telefonia apregoavam que os móveis seriam tão populares antes da virada do século a ponto de serem usados dentro dos ônibus.
Com uma carga de preconceito, achávamos absurda a afirmação numa época que até o fixo era inacessível para algumas faixas de renda.
O tempo provou o contrário e a tendência é popularizar cada vez mais, né.
Pena que esteja substituindo as cartas que são lindos presentes e eternas.
Kssss
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