domingo, 4 de maio de 2008

ZÉ JOÃO

Ôoola, ôola, ôla, alô macanudo, câmbio. Agora aqui não tá mais ao cento por cento, câmbio. Não tem mais acampamento com aquela barraca que levava a residência da gente pro mato. Nem luz faltava. Só o banheiro mesmo que transferíamos para a moita. E o churrasco perdeu um pouco da elegância ritual no trato da carne. Estamos tentando é diminuir no sal. Aquele seu garfo nem sei mais por onde anda. A brasília amarela já roda por outras bandas. Tem mais uma porção de sobrinhos, alguns que só te conhecem de ouvido e foto e lamentam não ter podido estar antes para o convívio. Tem uns que até dizem que era para você ter esperado mais. Será que nos sessenta e poucos e mais pra frente você ia ficar rabugento? Câmbio...QSL, copiou? Não desligue, macanudo. Continuamos aqui em ondas médias, respirando mais dióxido de carbono que fumaça de carvão temperado. Mas vamos todos bem e com saudades. Tem sempre comentários a seu respeito nas rodas de reunião familiar. E com que respeito! Não há sequer uma prosa em que não haja uma menção, uma lembrança, uma reverência de sua marca que não se apaga em nós. Porque não queremos também não, copiou? Câmbio... Bem sei que uma homenagem você merecia em vida e em poucas linhas não cabe tanta história boa e, justiça seja feita, era justiça mesmo o seu maior guia na vida vivida. Mas você cometeu-nos uma indelicadeza que não era do seu feitio. Foi sem aviso nem sintoma. Esteja em paz aí que estamos em busca aqui.

Põe a Delfina aí na escuta e transmita a nossa saudade grande. Cambio...

2 comentários:

Cecília disse...

Tio Cacá,

Esse comentário é pra dizer que nem tem o que comentar depois de ler essa homenagem... sem palavras...

Cecília

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