A NOTICIA
NOIVOS DE CREDOS DIFERENTES PROMOVEM CERIMÔNIAS QUE CONTEMPLAM A FÉ DE AMBOS.
Casar com um parceiro de uma religião diferente já foi sinônimo de tabu ou problema familiar. Hoje em dia, de tão comuns, essas uniões inter-religiosas já tem um cerimonial próprio. Em igrejas como a anglicana, a católica apostólica brasileira e algumas evangélicas, é possível entrar vestida de noiva no tapete vermelho e receber bênçãos de duas religiões. Esse tipo de celebração se multiplicou nos últimos anos de acordo com organizadores de eventos. E pode combinar crenças como o hinduísmo e protestantismo ou as religiões católica e judaica num mesmo altar – nem que ele seja construído numa casa de festas...
Para Cada Crença Uma Regra.
“CATÓLICOS”: Casar fora da igreja ou com pessoa de outra religião só é possível com uma licença concedida por um bispo ou um vigário episcopal;
“JUDAÍSMO”: Reconhece apenas casamentos entre noivos que compartilhem a religião judaica;
“ESPÍRITAS”: para ele, o casamento não é considerado um rito religioso, mas familiar. Não se opõem à forma como os noivos escolhem celebra-lo;
“MUÇULMANOS”: Não admitem a celebração conjunta. Acreditam que os fiéis têm de escolher em que regras querem se casar para segui-las;
“EVANGÉLICOS”: Para os chamados congregacionais, o casamento inter-religioso pode ocorrer como exceção, se for autorizado pelo pastor;
“BUDISTAS”: Não se opõem à celebração conjunta. A base de sua filosofia é a compreensão;
“CANDOMBLÉ”: Os rituais realizados nos terreiros não costumam ser combinados com outras religiões.
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Fonte: Revista Istoé, nº 2080, pg 64/65
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A CRÔNICA
Minha mãe professava um sincretismo religioso considerável. Transitava por várias religiões e credos com uma desenvoltura fervorosa. Acho que ela procurava um lugar acolhedor que abraçasse seu espírito inquieto e sua irrefreada relutância contra dogmas e também contra preconceitos. Diziam que ela possuía uma mediunidade exacerbada e religiões costumam reivindicar para si a primazia da onipotência, da onipresença, da onisciência. Ela, entre a cruz e a espada, talvez ficasse andando pra lá e pra cá, a fim de encontrar o seu lugar espiritual e a paz com Deus. Quanto aos filhos, educou-nos todos na religião católica enquanto não tínhamos ainda capacidade de discernimento. Mandava com vigor que freqüentássemos uma missa semanal, fazia muitas orações em casa com a família reunida e, na medida em que íamos crescendo, não interferia mais se um ou outro mudasse seu rumo. Para ela, sua missão estava cumprida: havia ensinado o caminho a Deus. Os nove filhos manifestam religiosidade. Uns mais outros menos. Olhando o mundo, as pessoas, o mar, o céu, a lua, as estrelas, os bichos e os fenômenos naturais, me soa absurda a negação Mão Celestial que tenha propiciado tudo isso. Não fosse assim creio, nem teríamos ciência, cujas origens e progresso tem como fundo epistemológico a busca de verdades acerca de nosso estar aqui no mundo , de onde viemos, para onde vamos. O que fazemos é que é o grande nó, a grande desavença, os grandes desacordos. Eu vislumbro possibilidade de interpretações e nominações várias para a criação do mundo e sua “governança” espiritual. Mas ela está
Acredito que a intolerância vem desse conceito múltiplo que se confunde com a vontade do homem e se confunde ainda mais numa tentativa de mortais querendo sobrepor ao próprio Deus quando impõem aos seus semelhantes e seguidores um Criador como sendo o seu diferente e melhor do que o do outro. Esse é meu ponto sem pacificação com as igrejas espalhadas pelo mundo. Pois é a partir delas que se fomentam disputas teológicas que ultrapassam o conhecimento e a aproximação com Deus para ganhar condição de superioridade. Como se a divindade professada por uma igreja tivesse maior sacralidade do que de outra.
1 comentários:
Boas!
Linda idéia, a de um Deus só, cultuado diferentemente por grupos diversos... Incompreensíveis a intolerância e a beligerância dos que tentam impor sua própria concepção como única, ou dominante...
Grande abraço,
Adh2bs
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