“Um país se faz com homens e livros.”
(Monteiro Lobato)
Deixem-me fazer aqui uma propaganda: submetemo-nos diariamente a todo o tipo de publicidade possível, imaginável, apelativa, abominável, insuportável, condenável, massificante, coisificante e inútil.
Será que só conseguimos nos sentir bem e felizes através do consumo de bens materiais? Não conta a alma, a satisfação que não precisa de enfeites, de ostentação?
Pois bem, o produto que eu quero disseminar aqui se chama leitura. Especialmente de livros. Toda leitura é bem vinda, ensina, inclusive, o discernimento daquilo que bom do que não é. Do agradável ou não. Da leitura que soa como música sem ruído. Afora o aprendizado, sem dizer o prazer que proporciona. Eu gostaria que esse comercial tivesse o efeito que provoca o de um sorvete, de um chocolate, de uma cerveja, de um belo vestido, de um carro novo. Mas esse efeito tem um probleminha: não é palpável, não é degustado com a boca. Ele é que toca a gente. Nos olhos, na mente e no coração.
Eu poderia fazer como se faz na publicidade que fazem dos bens que podemos ter, argumentando com os benefícios de uma televisão, da satisfação com uma comida pré-pronta, de uma escova que alisa os cabelos. Mas o argumento já está dentro das palavras, das letras, das histórias. Só lendo para perceber num curto espaço de tempo a diferença que se opera em nossa vida. Ao passo que os bens materiais, se vão, se desgastam, enjoam ou não preenchem de modo duradouro aquele desejo que tanto ansiávamos. Talvez até um pouco e por pouco tempo, fazendo-nos inclusive a desejar mais, cada vez mais para no final, não trazerem o preenchimento de uma lacuna que não está na aparência física, não está num cômodo da casa. Está dentro da alma.
Se for dar um presente ao seu filho ou filha, não deixe de fazê-lo para que não se frustre. Criança precisa de brincar. Mas dê um mais baratinho e inclua um livro com o troco. Se ele torcer a cara, pode ser que distorça mais tarde, com um sorriso iluminado. Se for para amigos ou parentes, não hesite um minuto.
E o mote final seria assim: Livros são como árvores. Plante a sua no jardim do coração de quem você gosta.
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