quarta-feira, 29 de outubro de 2008

MAIS DO MESMO

As franquias de estabelecimentos comerciais têm, além do objeto primeiro - o lucro - a palavra de ordem padronização. Sem ela não se franquia, sem ela não se comercializa, sem ela não há lucro.

Estou começando a desconfiar que estamos nos transformando em franquias. A superficialidade que caracteriza as coisas e as pessoas, as pessoas e as coisas e a relação entre todos tem nos transformado em franqueados da modernidade. O ser humano sempre procurou se diferenciar individualmente de alguma forma através, principalmente da estética. Hoje me parece que a estética tem se dirigido exatamente para um padrão. Ou os padrões têm ditado uma estética? Sei lá, me sinto tão enquadrado que é difícil definir.

Ora, se você não está me entendendo, seja rico ou pobre, deve ser porque não tem uma TV de plasma ou a sua não é digital. Você não deve ter uma bermuda ou camiseta dos Racionais, provavelmente não usa brinco (homem) ou não fez aquela tatuagem, colocou piercing. Sem dizer que não deve ser desse mundo se não participa de alguma comunidade do Orkut. Quem não está ligado no último espetáculo trágico da imprensa, quem não se liga no cotidiano das celebridades sem cérebros. Que ultrapassado é seu terno de linho, com tanta microfibra barata disponível! Seus cabelos ainda não foram alisados ou tingidos? Que horror, mulher! E grisalho, amigo, que é isso? É do tempo do meu avô!

Há uma lista interminável de mesma coisa. Faça a sua. O resto é exótico.

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