“Yo no cria em brujas, pero ahora creo”
(adaptação (imprecisa) de Cervantes)
Tem uns que nascem com a lua na casa astral número tal, outros nascem com ela dentro de casa, mais exatamente dentro de partes impublicáveis do corpo. São os chamados sortudos no imaginário popular.
Outro dia a Maria Iaci escreveu aqui uma crônica de adorável humor chamada “Astrologia do Recanto”. Fui lá para ver na conspiração cósmica como era visto o virginiano escrevedor. Sabe quando se acha engraçado, mas a pulga já pula logo para atrás da orelha levando aquela coceirinha insuspeita, chamando a gente pro pensamento? Pois é, foi a comichão que me bateu na hora! E não é que no outro dia ela publicou um artigo, agora sério, chamado “Uma abordagem Racional da Astrologia” e minhas orelhas então viraram um ninho de pulgas?
Eu como bom cético e mais curioso ainda, fui lá pedir a ela para ver se era possível fazer o meu mapa astral. Quando recebi fui lendo onde estava o sol no momento do meu nascimento e o que eu tinha a ver com isso, já que nasci ao meio dia (um calorão de setembro). Depois veio a lua, os planetas, eu ali, naquele exato instante, sendo colocado no mundo. Ou o mundo foi me absorvendo?
Então foram acontecendo umas coincidências que cada linha lida era um susto. E eu pensando: “Meus Deus, mas eu nem falei nada disso com ela, nem isso, nem aquilo, oh! Isso aqui sou eu!” Parecia que era fruto de uma conversa com uma vidente, mas uma vidente que vê de verdade, com nitidez maior que a de uma bola de cristal e ainda por cima no passado e no presente.
Eu, (pensando sozinho) mas a lua, que recebe energias do sol e se harmoniza no céu com as estrelas e os planetas, não influencia as marés, não é propícia para plantar e colher em tais ou quais épocas do ano? O mar não regurgita pela sua influência, se enche e se esvazia, se revolta e se acalma ao sabor dos astros? Por que então que nesses horários em que os nascimentos coincidem com as órbitas ou posições celestes dos astros não pode haver uma conspiração cósmica entre as vidas da terra e os espectros astrais? De forma que atinja humores, tendências e outras características mais subjacentes a uma genealogia familiar?
Como se diz na filosofia mineira: Oncotô? Quem cô sô? E on cô vô? Sei que nada sei ainda, mas desconfio pra caramba e procuro conhecimento para incorporar cada vez mais significado para a minha existência.
(em horóscopo, no entanto, continuo não acreditando).
1 comentários:
Eu também não acredito muito nessas coisas de astrologia e afins. Mas as coisas no mundo andam tão surpreendentes que não me estranharia que eu começasse a ver coisas estranhas por aí.
Como sempre, um texto delicioso.
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