sexta-feira, 20 de março de 2009

OUTONO

Outono me dá uma sensação de neutralidade, de prenúncio. As outras estações têm um apelo coletivo muito forte. Muita coisa a favor da primavera. Inverno e verão numa disputa acirrada de preferências, mas outono... Nada sobra, nada falta, mas também nada se equilibra. Parece uma neutralidade da natureza, desprovida de consciência. Se continua o que passou ou se prepara o que vem adiante, nem sei . Alguma coisa como deixar estar para ver como vai ficar. Não conheço os Deuses do outono, não sei dos reis e rainhas dessa estação. Qual o seu símbolo de encanto? É..., acho que folhas caindo são para a dúvida!

2 comentários:

Anônimo disse...

Cacá!

Estou sempre aqui, não sei se deixei algum clima no ar sobre sua última visita em meu cafofo. Sou como o Outono, sou como entre-safra, sempre na espera e na espactativa de como será!!!

Sobre seu "Outono"

Outono é como o noivo esperando e noiva na igreja, pacientemente, sempre na dúvida....mas ela virá.

Outono é como o crepúsclo. Foi se o dia, de boa ou maus realizações, a espera da noite, na certeza de bons sonhos....novo horizonte.....novo dia!!!

Como aprendi com você, Paz e Bem.

Abraços.

Lú Garcia disse...

Olha só, você leu um pouco de mim no recanto das letras e cá estou eu a invadir sua praia, deve ser o mal dos mineiros. Não podia deixar de comentar sobre o seu(ou nosso)Outono. Talvez esta sensação de estação menos aparente, confusa e melancolica é que traz a percepção aos observadores "de tudo em redor" e assim tranforma uma estação mediana, numa eterna poesia. Se não se importar, deixo aqui umas poucas palavras escritas por esta amadora, percebedora e investigadora desta estação mistério.


Outros outonos já não há


Outros outonos já não há
Ficaram para trás
Com suas folhas secas
Suas flores murchas
Arrastadas pelo vento
Num rodamoinho sem fim
Desalinhando cabelos
Cruzando braços na solidão
Ou abraçando o sonho da primavera
Que não tardou em vir...

Outros outonos já não há
Inesquecíveis ou não
Marcantes para os amantes
Solitário para os pensantes
Eterno momento lírico
Para poetas absortos
Na natureza que se exibe
Numa manifestação singela
De afável fúria que embeleza
O gris das tardes melancólicas...

Outros outonos já não há
Levaram consigo lembranças
De inspirados clubes de esquina
Poetando canções cristalinas
E meninas sonhando verões
Propondo amores ao sol
Mas que tão logo já se esfria
Quando novamente sem licença
Outro outono surge solene
Afagando despretensiosos corações.

Grande abraço.

Lú Garcia

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