Continuo minha implicância com as palavras. Defendo até a última linha escrita ou o som gerado pela língua falada, mas umas expressões que a gente usa são de confundir qualquer aprendizado. Deve ser por esse motivo que as crianças quando aprendizes da fala perguntam tanto por que, ali pelos seus três, quatro anos de idade. Estão descobrindo o mundo, mas pensam. Logo, não concordam com muita coisa. Por que?
O sujeito xinga outro de filho de uma mãe, essa tão sagrada instituição que forma o conjunto de todas as mães e isso quer dizer filho de uma égua. Se dissesse logo de cara o filho de uma égua, já seria motivo para imediata reação, revide, pancada, equivalênia lingüística, do tipo: - É a sua! Mas não, ganhou o pejorativo sinônimo, não se sabe a razão. Talvez seja a intenção direta de ofender com metáfora. Mesmo sabendo que quando queremos realçar uma falta de educação, já vamos de cara perguntando, não tem mãe não, ô sujeito? Por isso que dá briga, costuma-se chegar às vias de fato, às vezes. Mãe não se xinga nem com poema. Falar mal de mãe para os homens equivale a um tapa na cara. Para as mulheres é o mesmo que dizer coisas semelhantes a: a beleza feminina sai com água e sabão. Agora o pai, que não goza de tanta reputação assim nas escalas de importância, ganha status, quando algum boa vida, privilegiado, mauricinho ou patricinha são chamados de filhinhos do papai.
O mesmo ocorre com outros significados daquilo que falamos exatamente o contrário do que significa. Um caso, o pois não. Quando dizemos a alguém que nos aborda ou atendemos a alguma solicitação, dependendo do nosso grau de boas maneiras, costumamos dizer pois não. Que na verdade, quer dizer sim. Já esbravejar ou maldizer ou ainda recusar uma proposta indecorosa, enxovalhar algum comportamento duvidoso, dizemos, pois sim, significando ora pois, isso não! Olhe só o que ocorre com o simpático, veja bem a cara do simpático. Não no sentido da amabilidade, ternura, agradabilidade. Mas é quando se é chamado assim com o intuito de tentar definir um meio termo entre o bonito e o feio. Diz no popular que simpático é o feio gente boa. Tem outros casos ainda, o inato, nasceu com a gente mas é inato. Pode? Por que?
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