sábado, 22 de novembro de 2008

CULINÁRIAS HILÁRIAS - TROPEIRO

Arnaldo e eu tínhamos uma disputa velada na cozinha. Mas saudável e saborosa. Domingo sim, domingo não, trocávamos de casas e pratos preparando almoços memoráveis, regados a cervejas e ótimas conversas. Faço hoje panquecas com relativo sucesso entre meus comensais compradores e familiares e agradeço tardiamente a ele pelo ensinamento que obtive durante esse período. A massa finíssima da panqueca dele ainda é um segredo que não consegui descobrir completamente, mas não tenho recebido queixas. Pelo contrário. Também a Keka, sua companheira, foi a primeira indústria manual de batata palha que conheci, de botar no chinelo essas de pacotinho que compramos por aí. Encantava a paciência no processamento de picar finamente à mão batata por batata, secar e fritar para produzir uma crocância que não achei páreo até hoje.

Num desses almoços a seis cervejas* e dois casais, um feijão tropeiro nos levou ao hospital. Não por indigestão, que sequer deu para comer, mas para socorrer o perfeccionismo culinário. Fizemos dessa vez a quatro mãos para reduzir o trabalho individual desse saboroso mas trabalhoso prato. O perfeccionismo foi para o preparo da pururuca. Já nos finalmentes, quando faltava somente essa iguaria para fazer aquela coroa ornamental por cima do prato principal e sobrava álcool no estômago e na cabeça, o Zé assumiu a fritura com o zelo de não deixar que a pele se enrolasse na gordura quente. Tinha, segundo ele que ficar lisa como uma rodela de tomate ou uma fatia de torrada. Aquecida assazmente a gordura, colocou pele por pele e foi segurando suas pontas com dois garfos no fundo da panela para não virarem caracol. A reação correspondente à ação foi um estouro de pururuca e gordura quente espirrando por todo o seu corpo, queimando (menos mal) partes dos braços e o peito, prontamente sanado pelo amigo Dr. Márcio Galvão, que apenas nos chamou atenção pela bebedeira que não combina com trânsito nem de carro nem de fogão.

Em tempo: *a seis cervejas foi uma receita de frango que aprendi e passo a quem interessar: compre um frango, tempere e coloque no forno com fogo brando. Abra a primeira cerveja e vá tomando. Na sexta garrafa, pode desligar o fogo que está prontinho.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara, eu fiz a receita do frango e ficou divina!!! O porre então...

Tilapia disse...

Esta semana farei o frango 6x4. Seis cervejas e quatro pingas,vou dar coieta.

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