sexta-feira, 7 de setembro de 2012

MEMÓRIA E IDENTIDADE NACIONAL

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Está se tornando difícil falar em identidade nacional. Já passamos por tanta aculturação e massificação que considera-se coisa exótica tudo que seja genuinamente brasileiro.  Veja bem:

Produto importado sempre foi considerado melhor que o nacional

Programa televisivo americano sempre foi considerado melhor (senão não copiavam tanto)

Filme estrangeiro sempre foi considerado melhor

Dia das bruxas sempre teve mais valor do que o folclore nacional

Dia da bandeira quase ninguém tá nem aí

Dia do índio é considerado quase um favor

Independência é um feriado como outro qualquer

Dia do professor: ah, quanta saudade da louvação de significados que havia aos mestres!

Quem se lembra da Gurgel, única fábrica de carros 100% brasileira?

Nas ruas, pouco a pouco as camisas dos times Milan, Barcelona, Chelsea, Internacionale e outros vão tomando o lugar dos times brasileiros.

O recenseador do IBGE que esteve em minha casa me disse que a esmagadora maioria das pessoas por onde passou não se declara negra, a despeito das evidências.

Guaraná é uma planta nativa do Brasil e o refrigerante nem de longe é privilegiado como a Coca cola. Confesso que é difícil concorrer, mas não custa privilegiar o nosso tão bom guaraná.

Qual dos hinos a gente sabe a letra?
- De nossa cidade
- Do nosso estado
- Da bandeira
- Da independência
- Do hino nacional

Em minha opinião, um país só se torna uma grande nação se tiver, além da famigerada economia forte, valores que as pessoas se orgulhem deles. Não sou xenófobo nem nacionalista, mas essa tão propalada globalização se resume a aspectos econômicos. Basta tentar entrar num país qualquer como se estivesse andando nas ruas do Brasil, mesmo sendo a pessoa bem intencionada ou turista. Integração é uma coisa, dominação é outra muito diferente - e nefasta.

13 comentários:

chica disse...

Muito linda tua crônica, Cacá!!Um ótimo feriadão!! abração,chica

Pedrita disse...

realmente qt aos seriados americanos, todo mundo se orgulha de assistir, mas novela todo mundo nega que vê, mesmo que veja pq tem vergonha. não tem vergonha de ver produto americano similar, dizem q sempre é melhor tecnicamente q a novela, mas tem vergonha de gostar de uma novela. filme brasileiro sempre tem um mas, gostei mas e vem uma lista de defeitos. mas assistem sem reclamar qq comédia besteirol americana e saem ainda indicando, não indicam filme brasileiro pq tem vergonha. mais de 2 mil espectadores viram e aí comeu? e vc não acha um q assuma publicamente q viu. gostam do dia do professor pq não tem aula. realmente a questão da descendência é encoberta. tb conheci muitos "morenos" q odiam ser considerados filhos de negros. tb não me considero nacionalista, mas tb não desgosto de ser brasileira, só qd olho pra política q fico com vergonha de ser brasileira. raramente vejo jornalistas nos concertos e recitais onde o repertório é brasileiro. qd tem algum estrangeiro estão todos lá. beijos, pedrita

Calu Barros disse...

Concordo contigo em verbo, nº e grau.Os símbolos da nação foram sendo desprezados em nome da massificação estrangeira dos últimos 60 anos.Pouco sobrou do cultivo às nossas raízes, principalmente nas regiões mais populosas que adoram o que é estrangeiro.
Bom seria, se a mania de imitação da maioria do povo, copiasse o patriotismo declarado dos estrangeiros, excetuando é claro, os exageros.Amar e cultivar nossas raízes com respeito e reconhecimento não é xenofobia, e sim, enriquecimento da identidade nacional.
Abraços,
Calu

Toninho disse...

É isto amigo.Perdeu-se a identidade gradativamente. O olhar para o que vem de fora ainda soa como o bom, e muitas porcarias desembarcam por ai.Falhas na escola,no governo e na familia.Lembra das aulas de OSPB?
Hoje vendo o jogo fo Brasil, fiquei observando se os jogadores cantavam o hino e mudos estavam.
Precisa-se resgatar esta identidade e creio que passa por mudanças na area escolar, na politica de incentivo ao que se produz por aqui incluindo novas tecnologias.
É preciso ouvir o povo dizer que ama o Brasil.
Um abração de paz e luz.
Bom fim de semana.

pensandoemfamilia disse...

Perfeita sua crnica. Concordo em gênero e grau. Como precisamos de criar valores nacionalistas e termos orgulho da nossa pátria^e não entrarmos na globalização por imitação.
Avise, por favor, quando publicar, não tenho no meu blog item de atualização.
bjs

Valéria disse...

Oi Cacá!
Assino embaixo! Infelizmente a sua crônica retrata muito bem a nossa realidade. Não sou ufanista, mas precisamos aflorar no imaginário de nossa gente os valores pátrios que nos forjem como nação.
Abraço e ótima semana!

Leninha Brandão disse...

Também concordo com você em gênero, número e grau...nem sei se nas nossas escolas continuam a ensinar os hinos.Quando eu estudava, todos sabíamos os hinos da Bandeira,da Independência,Hino Nacional, da Escola, do município e conhecíamos todos os símbolos da Pátria.Hoje os alunos entram nas salas como gado indo para o curral e saem da mesma forma.Também presto atenção quando tocam o Hino Nacional antes de uma partida de futebol...poucos são os que cantam.

Bela a sua crônica, amigo!Bela e verdadeira.

Bjssssss
Leninha

Helena Frenzel disse...

Memória e Identidade Nacional são construções muito arraigadas numa cultura e por isso mesmo muito usadas para manipular e difundir ideologias. Onde o ser humano estiver no meio, não há como se evitar os abusos. O que todo estrangeiro sabe é que Brasil associa-se a Carnaval e que a TV e as novelas são o coração da casa do brasileiro, que até o mais pobrezinho tem dois aparelhos, um no quarto e outro na sala de estar. Eu sempre digo que neste sentido não sou uma brasileira típica. Talvez a cultura predominante seja justamente essa: valorizar o alheio, a falta de instrução disfarçada de falsa humildade, característica comum em ex-colônias, como se fosse pecado saber e orgulhar-se do próprio saber e valor. Quer comprovar? Publique um texto exaltando qualquer sucesso brasileiro e observe os tipos de comentários que receber. Conheço muita gente que se especializou fora, porque não havia como fazê-lo no Brasil, voltou para casa louco para ensinar o que aprendeu e não consegue trabalhar, não porque falte emprego, mas por não querer pertencer à 'situação', no sentido empregado por Lima Barreto em Os Bruzundangas, no capítulo A Constituição. E o que é pior, o profissional que leva a sério o seu serviço no Brasil é visto como puxa-saco e certinho, tudo de ruim, menos como profissional. Algum especialista explica esse comportamento? Explica mas se consegue um dia mudá-lo, já disso eu não sei. Mentalidade parece que independe de grau de instrução. Oportuna crônica. Uma abraço fraterno, inté!

* Edméia * disse...


*Dominação é algo TERRÍVEL !!!

*Assino embaixo deste teu texto,

querido mineiro e amigo Cacá !!!

(*Aqui na minha cidade -

Guaratinguetá, Terra das Garças

Brancas !!!- está UM CALOR

ESTUPENDO !!! *Como está o clima

aí em Itabira, terra do grande

poeta Carlos Drummond de Andrade

?! O.O ).

Sylvio Mário Bazote disse...

Um amigo da minha avó costumava dizer que árvore sem raízes profundas e fortes dificilmente gera bons frutos.
Um povo que desconhece seu passado provavelmente continuará a repetir os mesmos erros e desperdiçará tempo e esforço encontrando soluções que já eram conhecidas e foram esquecidas.

José.
Parabéns pelo blog Uai, Mundo?
Visual limpo e de bom gosto, com belos textos e reflexões de um mineiro observador, pensador e escritor.
De muito bom gosto a ilustração do cabeçalho do blog!
Li várias postagens e fiz comentários em algumas.

Sou um historiador e psicólogo mineiro, de Juiz de Fora, e em março de 2012 comecei um blog chamado HistóriaS ( http://historiasylvio.blogspot.com.br ) onde pretendo compartilhar algumas coisas que considero interessantes sobre História, Minas Gerais, Psicologia, Filosofia, trens e artes.
Convido você a dar uma olhada no meu blog e dar sua opinião.
Se gostar do conteúdo, ficarei muito satisfeito se decidir seguir as novas postagens.
Mando abaixo algumas postagens. São uma amostra da forma como percebo esse trem bão chamado Minas e outros assuntos deste mundão véio com porteiras.

Das Minas Gerais (Parte 1 de 3)
Minas Gerais
http://historiasylvio.blogspot.com.br/2012/03/minas-gerais.html

Trem Mineiro
http://historiasylvio.blogspot.com.br/2012/03/trem-mineiro.html

Ser Mineiro
http://historiasylvio.blogspot.com.br/2012/08/mineiro-mineral.html

Aqueles bárbaros
(Um bom exemplo de como se fabricam falsas verdades históricas)
http://historiasylvio.blogspot.com.br/2012/05/barbaridades.html

Tornar-se andarilho
http://historiasylvio.blogspot.com.br/2012/04/andarilho.html

Um abraço.
Sylvio.

Magia em versos disse...

Bom dia Cacá!
Agradeço tua visita ao Magia em versos que retornou após 4 anos.
Concordo contigo em gênero, número e grau.
Um país só mostra genuíno quando aprende a valorizar o que é próprio seu.
Parabéns pela crônica.
Abraço

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